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Sarkozy e Angela convidam presidente da UE para novo órgão

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, convidaram nesta quarta-feira (17) o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, para comandar o futuro órgão econômico da zona do euro.

O convite foi feito por meio de carta enviada a Rompuy. Na correspondência, Sarkozy e Merkel dizem que a expectativa é "reforçar a coordenação no planejamento financeiro da região em decorrência da crise financeira internacional".

“O euro é a base do nosso sucesso econômico e o símbolo da unificação política no nosso continente”, diz o texto assinado por Sarkozy e Angela. O documento foi enviado depois do encontro bilateral entre os chefes de governo, realizado na terça-feira (16), em Paris.

Em seguida, os líderes acrescentam que: “França e Alemanha propõem o reforço, mais uma vez, da governança da zona euro no quadro dos tratados em vigor”. Sarkozy e Angela propõem a criação de um órgão constituído pelos líderes dos 17 países da zona euro e com um presidente eleito por dois anos e meio.

“Expressamos a nossa esperança de que possa assumir esta função”, disseram Angela e Sarkozy na carta a Van Rompuy, ex-primeiro-ministro da Bélgica. Os ministros das Finanças da zona euro mantêm contatos regulares, no âmbito do eurogrupo, dirigido pelo primeiro-ministro e ministro das Finanças de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker.

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, considerou a reunião de Merkel e Sarkozy uma “importante contribuição política dos líderes das duas maiores economias” da moeda única. Para alguns analistas financeiros, o encontro dos líderes da França e Alemanha desapontou.

Os dois chefes de governo decidiram criar um supergoverno europeu, que vai aplicar o que os analistas chamam de “regra de ouro”: obrigar que as Constituições prevejam o equilíbrio orçamentário.

No fundo, é a mesma proposta pregada pelo ultraconservador do Tea Party, nos Estados Unidos: "equilíbrio" por determinação constitucional.

Sarkozy e Angela apoiam a ideia de um imposto para operações financeiras. Se os governos são incapazes – como nos Estados Unidos – de regular o mercado de derivativos e hipotecas, o jeito é taxar.

Os dois governantes também vão propor a criação de um Conselho do Euro, com os chefes de Estado da região, que se reuniria ao menos duas vezes ao ano.

Esse "verdadeiro governo econômico" para a Zona do Euro, como foi chamado pela imprensa da região, seria encabeçado por um presidente fixo, com mandato renovável a cada dois anos e meio. Por isso Angela e Sarkozy convidaram para o cargo o presidente do Conselho Europeu, Van Rompuy.

A reunião aconteceu ao mesmo tempo em que o órgão de estatísticas da região divulgou que o PIB da Zona do Euro cresceu apenas 0,2% entre abril e junho, em relação ao primeiro trimestre do ano.

Neste intervalo, as economias de Alemanha e França tinham crescido 1,5% e 1%, respectivamente. No segundo trimestre, no entanto, a atividade econômica na França ficou estagnada e na Alemanha avançou só 0,1%, no pior desempenho desde que este país saiu da recessão iniciada em 2008.

Angela e Sarkozy, porém, não debateram o aumento do financiamento ao fundo de resgate da Zona do Euro nem a criação de um bônus europeu.

"O mercado queria ver ao menos algum movimento para frente, algo concreto saindo do encontro que desse suporte ao mercado, em oposição ao que atualmente o puxa para baixo", disse o estrategista de mercado da Cantor Fitzgerald Marc Pado, em San Francisco, ao analisar as quedas das bolsas.

Com agências e informações do Blog Conversa Afiada e Monitor Mercantil