Greve dos operários do Maracanã será julgada na segunda
Em nova assembleia no dia 19, os operários que trabalham na reforma do Maracanã decidiram continuar em greve. Na segunda-feira (22), às 11, o caso será julgado pela justiça do trabalho. Cerca de 2.100 trabalhadores reivindicam mais segurança no local, após ocorrer uma explosão que feriu um funcionário.
Publicado 19/08/2011 18:15 | Editado 04/03/2020 17:04
Além de uma maior segurança, os grevistas reivindicam um reajuste no vale alimentação, que atualmente é de R$ 110, para R$ 300, planos de saúde para os colaboradores, cesta básica, um adiantamento quinzenal e melhores condições de trabalho.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada (Sitraicp), Nilson Duarte, após a explosão os operários ficaram com medo de continuar o trabalho e exigem melhor segurança no local.
O vereador do Rio, Roberto Monteiro (PCdoB), que já havia criticado o orçamento absurdo para a reforma do estádio, considera a reivindicação dos trabalhadores justa: “Não podem sacrificar trabalhadores em nome da reforma de um estádio, que nem precisava ser reformado. Em primeiro lugar estão os trabalhadores e os seus direitos”.
Mesmo com o julgamento marcado, os trabalhadores farão uma nova assembleia, às 7h, na frente do complexo esportivo.
Apesar da paralisação das obras, o sindicato diz que isso não vai interferir no prazo de entrega do estádio que vai receber a final da Copa do Mundo de 2014.
Para manter as obras do Estádio dentro do cronograma, os operários trabalham em dois turnos: das 7h às 17h e das 19h às 5h. A expectativa é aumentar o número de trabalhadores nos próximos meses para quatro mil. Até o início de setembro, a Emop irá estender o horário de trabalho, com a inclusão de mais um turno.
A obra no Maracanã é feita pelo Consórcio Delta/Odebrech/Andrade Gutierrez. A obra é a mais cara entre todos os estádios, cerca de 1 bilhão de reais.