Greve dos operários do Maracanã será julgada na segunda

Em nova assembleia no dia 19, os operários que trabalham na reforma do Maracanã decidiram continuar em greve. Na segunda-feira (22), às 11, o caso será julgado pela justiça do trabalho. Cerca de 2.100 trabalhadores reivindicam mais segurança no local, após ocorrer uma explosão que feriu um funcionário.

Além de uma maior segurança, os grevistas reivindicam um reajuste no vale alimentação, que atualmente é de R$ 110, para R$ 300, planos de saúde para os colaboradores, cesta básica, um adiantamento quinzenal e melhores condições de trabalho.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada (Sitraicp), Nilson Duarte, após a explosão os operários ficaram com medo de continuar o trabalho e exigem melhor segurança no local.

O vereador do Rio, Roberto Monteiro (PCdoB), que já havia criticado o orçamento absurdo para a reforma do estádio, considera a reivindicação dos trabalhadores justa: “Não podem sacrificar trabalhadores em nome da reforma de um estádio, que nem precisava ser reformado. Em primeiro lugar estão os trabalhadores e os seus direitos”.

Mesmo com o julgamento marcado, os trabalhadores farão uma nova assembleia, às 7h, na frente do complexo esportivo.

Apesar da paralisação das obras, o sindicato diz que isso não vai interferir no prazo de entrega do estádio que vai receber a final da Copa do Mundo de 2014.

Para manter as obras do Estádio dentro do cronograma, os operários trabalham em dois turnos: das 7h às 17h e das 19h às 5h. A expectativa é aumentar o número de trabalhadores nos próximos meses para quatro mil. Até o início de setembro, a Emop irá estender o horário de trabalho, com a inclusão de mais um turno.

A obra no Maracanã é feita pelo Consórcio Delta/Odebrech/Andrade Gutierrez. A obra é a mais cara entre todos os estádios, cerca de 1 bilhão de reais.