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Kim Jong-il vai à Rússia para conversar com Dmitri Medviédev

O presidente russo Dmitri Medviédev tem programado na sua agenda para esta semana um encontro com o chefe de Estado da República Popular Democrática da Coreia, Kim Jong-il. Os dois dirigentes deverão debater sobre a cooperação econômica entre os dois países.

Atualmente, o trem expresso de Kim Jong-il trafega pela Ferrovia Transiberiana, devendo chegar terça-feira (23) a Ulan-Udé, capital da província russa da Buriátia.

Os dirigentes também devem conversar sobre o prosseguimento do auxílio alimentar prestado pela Rússia à Coreia do Norte. Há uns dias, chegou àquele país o primeiro lote das 50 mil toneladas de trigo prometidas a Pyongyang.

Segundo afirmou a Chancelaria russa, os outros lotes serão recebidas pelos norte-coreanos até o fim de setembro. Este é o maior ato de ajuda alimentar não reembolsável por parte da Rússia.

Um outro tema possível das conversações com Dmitri Medviédev será a cooperação econômica – de acordo com Aleksandr Gebin, diretor do Centro de Pesquisas Coreanas no Instituto de Estudos do Extremo Oriente junto à Academia de Ciências da Rússia.

"Pelo visto, a agenda da cúpula limitar-se-á às duas questões fundamentais. A primeira delas já aparece evidente à luz da mensagem de felicitações enviadas pelo presidente Dmitri Medviédev a Kim Jong-il por ocasião do Dia da Libertação da Coreia, em 15 de agosto, na qual o dirigente russo apelou para a realização de uns projetos econômicos trilaterais na península da Coreia", diz Gebin.

"São a construção de um gasoduto da Rússia à Coreia do Sul passando pelo território norte-coreano, a construção de uma linha de transmissão de energia elétrica e a junção das ferrovias do Sul e do Norte da Coreia à Ferrovia Transiberiana, na Rússia", completa.

A Rússia acredita que tais projetos poderiam, se fossem realizados, ajudar a descarregar as tensões acumuladas entre as duas Coreias e contribuir para a resolução do problema nuclear na península da Coreia.

Observadores apostam que outro tema primordial das conversações russo-norte-coreanas seja a necessidade de estabilizar a situação no Sudeste Asiático.

Espera-se, por exemplo, que dêem um impulso a um pronto reatamento das consultas sobre o problema nuclear da Península Coreana com a presença da Rússia, Estados Unidos, China, Japão e as duas Coreias.

Haviam sido interrompidas em 2008, estando atualmente todas as partes a reforçar a ação diplomática para que os interlocutores possam sentar-se novamente à mesa de negociação.

O dirigente norte-coreano viajou pela primeira vez à Rússia há dez anos, tendo percorrido durante a visita de 24 dias as cidades de Moscou e São Petersburgo. Foi recebido pelo então presidente Vladimir Putin. A cúpula russo-norte-coreana de 2001 resultou na assinatura da “Declaração de Moscou”, na qual as partes confirmaram a intenção de cooperar para a manutenção da estabilidade global e estreitar as relações bilaterais.

A segunda visita do primeiro mandatário norte-coreano à Rússia foi realizada em agosto de 2002. Na época Kim Jong-il visitou a usina hidrelétrica de Burieia, no Extremo Oriente russo.

Desta vez, os organizadores da viagem traduziram para coreano o documentário sobre a maior hidrelétrica do Extremo Oriente. Kim Jong-il foi levado à casa de máquinas da usina, onde lhe foi mostrado o funcionamento das unidades geradoras. Junto à casa de máquinas havia sido montada especialmente para o visitante uma barraca donde ele observou o despejo da água da barragem. Ao visitante ilustre os operários da usina deram de presente um painel de pedras semipreciosas.

Com agências