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Governo Sarkozy lança pacote de "austeridade" para conter dívida

O primeiro-ministro da França, François Fillon, anunciou nesta quarta-feira (24) o primeiro pacote de medidas a ser adotado pelo governo, que deverá reter cerca de 12 bilhões de euros até o fim de 2012.

O premiê Fillon disse que as previsões de crescimento econômico deste ano serão revistas para baixo. Segundo o primeiro-ministro, a revisão deve fazer com que as estimativas caiam de 2% para 1,75%. De acordo com ele, o pacotão pretende reduzir o déficit público para 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012.

Inicialmente, o pacote prevê taxas mais elevadas para produtos considerados supérfluos pelo governo francês e também uma taxação maior das "grandes fortunas", mas só enquanto perdurar a crise.

O preço do tabaco, das bebidas álcoolicas e dos refrigerantes deve subir. O preço do tabaco deve aumentar 6% a partir deste ano e será também implementada uma taxa sobre o preço das bebidas alcóolicas e refrigerantes a partir de 2012. O imposto sobre os ganhos de capital vai, por seu turno, aumentar de 12,3% para 13,5%.

O pacote é uma das primeiras medidas aprovadas pela administração francesa após a reunião entre Nicolás Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel, em 16 de agosto.

Os dois fizeram definiram ações comuns que os países do bloco devem adotar para diminuir a crise econômica vivida pela região.

Contra imposição

Os portugueses ficaram particularmente irritados com a solução encontrada pelos dirigentes para a dívida pública de Portugal. A "sugestão" de impor constitucionalmente um limite para a dívida foi energicamente rebatida pelo Partido Comunista Português (PCP).

"O PCP opõe-se frontalmente [à imposição] porque representa uma violenta machadada nos instrumentos soberanos que um país como Portugal continua a ter para enfrentar esta crise", disse Ângelo Alvez, da Comissão Política do PCP à época.

"A constitucionalização da dívida seria uma declaração de guerra ainda pior aos direitos dos trabalhadores, ao Estado social, aos direitos básicos, ao direito à saúde e educação porque os cortes incidiriam sobre estas matérias", concluiu Alvez.

Itália

O governo do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, anunciou um pacote que prevê cortes de 45,5 bilhões de euros para garantir o equilíbrio orçamentário até 2013, além de redução de benefícios trabalhistas e sociais.

A decisão mobilizou várias categorias, que prometem realizar uma greve geral contra o pacote italiano.

Língua francesa é obrigatória

Outra medida anunciada nesta quarta-feira trouxe preocupação para milhares de trabalhadores estrangeiros que vivem na França. O ministro do Interior, Claude Guéant, informou que será exigido dos imigrantes domínio intermediário da língua francesa para que permaneçam no país.

Segundo ele, será cobrado um nível de francês comparado ao de um estudante que completou a educação obrigatória – ou seja que estudou cerca de dez anos na França.

Pelos cálculos, Guéant disse que no prazo de um ano reduzirá em 20 mil os casos de imigração legal. De acordo com o ministro, todos os anos a França recebe oficialmente cerca de 200 mil estrangeiros. A ideia é limitar a 30 mil imigrantes a partir deste ano.

Com agências