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Cunhado de Alckmin é acusado de fraude contra a Prefeitura de SP

Uma empresa do cunhado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), está sendo acusada pela Prefeitura de São Paulo de ter fraudado a área de um prédio comercial na Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona sul da capital paulista, para pagar menos Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e títulos de outorga onerosa. Só de contrapartida para autorizar uma ampliação no edifício, a empresa teria deixado de pagar R$ 4 milhões aos cofres públicos.

A Prefeitura deve pedir agora a interdição do edifício Royal Street, no número 1.739 da Brigadeiro Faria Lima, pertencente à Wall Street Empreendimentos e Participações. A empresa aparece atualmente na Junta Comercial do Estado em nome de Adhemar Cesar Ribeiro Filho, que é filho de Adhemar Ribeiro, irmão da primeira-dama Lu Alckmin.

Na empresa, funcionários afirmam por telefone que Adhemar Ribeiro, o pai, era o dono da Wall Street – na época da fraude, de acordo com a Junta Comercial, ele era sócio-diretor. Ainda hoje, Adhemar Ribeiro é quem representa a Wall Street junto à Prefeitura e atua como procurador para assinar documentos, segundo funcionários do governo municipal ouvidos durante a investigação do caso.

O prédio Royal Street foi construído em 1975, mas passou por uma ampliação na metade da década de 1990. Para isso, a empresa deveria ter pagado títulos de outorga onerosa, um recurso que possibilita ao construtor o pagamento de contrapartidas financeiras para erguer edificações acima do permitido pela lei de zoneamento.

De acordo com a Corregedoria-Geral do Município, que recebeu denúncia de que uma quadrilha forjava o pagamento de taxas, a empresa Wall Street alterou o tamanho do prédio no carnê do IPTU, com o objetivo de diminuir o cálculo das tarifas municipais.

Assim, a Wall Street pagou R$ 184.744 de outorga onerosa, quando deveria ter desembolsado R$ 4,2 milhões em valores da época. Em números atualizados, essa cifra seria de quase R$ 10 milhões. A gestão do prefeito Gilberto Kassab (sem partido) ainda não calculou quanto a Wall Street Empreendimentos teria deixado de pagar de IPTU, cujo carnê está errado desde 1994.

Fonte: O Estado de S. Paulo