Líderes da rebelião admitem plano para assassinar Kadafi
Muamar Kadafi muito provavelmente continua na Líbia, segundo admitiram nesta quarta-feira (31) comandantes do movimento insurgente em Trípoli, que consideram ter "o direito de matá-lo" caso não se renda. O ultimato das forças anti-Kadafi dura até sábado. A Otan, organização agressiva a serviço das potências imperialistas, está engajada nos planos para assassinar Kadafi e anunciou uma intensificação dos bombardeios em Sirte, cidade natal do líder líbio.
Publicado 31/08/2011 11:12
Segundo o presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafa Abdeljalil, "se não houver uma saída pacifica [das forças pró-Kadafi], vamos nos impor no âmbito militar".
Em Trípoli, Omar Hariri, comandante militar do CNT, declarou que é 80% certo que Kadafi permanece na Líbia e disse que ele não tem mais capacidade de provocar danos. Hariri afirmou que suspeita que Kadafi esteja em Bani Walid, a sudeste de Trípoli, ou nos arredores da capital. "Pensamos que está na Líbia", disse Ahmed Darrat, que assumiu o ministério do Interior enquanto um novo governo não é eleito.
Nas palavras dele, os rebeldes têm o "direito de matá-lo". Capturar Kadafi é um objetivo primordial para a rebelião, que, após seis meses de conflito com a ajuda dos bombardeios da Otan, tem praticamente todo o país sob controle. No entanto, prosseguem as negociações para obter a rendição dos últimos combatentes leais a Kadafi em Sirte.
A cabeça de Kadafi tem um preço: US$ 1,7 milhão. Os chefes da rebelião o desejam vivo ou morto.
Ali Tarhuni, um dos principais líderes do CNT, deu a entender que as forças anti-Kadafi sabem onde ele estaria escondido, mas se recusou a divulgar detalhes. "Kadafi está fugindo neste momento. Agora temos uma ideia bastante clara de onde está", declarou.
A Otan anunciou ter bombardeado vários alvos próximos de Sirte e de Bani Walid, localidade a sudeste de Trípoli que pode estar servindo de abrigo para Kadafi.
Segundo o porta-voz da Otan, coronel Roland Lavoie, a coalizão liderada pela Aliança Atlântica está centrada no corredor entre Bani Walid e o lado oriental de Sirte.
Na quinta-feira, Paris receberá uma conferência de "amigos da Líbia", que pretende preparar a era pós-Kadhafi. A Rússia, que não reconheceu o CNT, enviará um representante. Na verdade, trata-se de um encontro político em que as potências imperialistas vão tentar estabelecer acordos sobre como se apossar da Líbia e de suas riquezas.
Disposto a morrer
O secretário de Relações Internacionais da Frente Sandinista de Libertação Nacional da Nicarágua, Jacinto Suárez, disse que o líder Muamar Kadafi está disposto a morrer na Líbia e não vai pedir asilo político a nenhum país. Nos 42 anos em que esteve no poder, Kadafi manteve estreitas ligações com alguns partidos e organizações latino-americanas, como a Frente Sandinista de Libertação Nacional da Nicarágua.
“Se Kadafi tiver que morrer, é na Líbia que irá morrer”, disse Suárez, que qualificou como uma “série de disparates” os rumores de que o líder poderia pedir asilo à Bolívia, Nicarágua ou Venezuela.
Suárez acrescentou que o próximo passo das “potências do Ocidente” é controlar os outros países daquela região, “sobretudo a Síria”. “Querem o controle absoluto dessa região porque é fonte de petróleo”, disse.
Com agências
Atualizada às 12h07 para acréscimo de informações