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Equador rejeita reconhecimento de conselho de rebeldes na Líbia

O governo do Equador negou-se a reconhecer a autoridade do Conselho Nacional de Transição (CNT) na Líbia, argumentando que o órgão foi constituído com base em uma "intervenção estrangeira" no conflito contra o governo de Muammar Kadafi.

"Nós não vamos reconhecer esse organismo. Temos que ver o que passa lá, há uma espécie de confusão", classificou o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, em declarações à imprensa.

Segundo ele, "esse espaço de governo, que neste momento é ainda débil, está constituído sobre a base de uma claríssima intervenção estrangeira no conflito e determinante para os resultados finais".

Patiño assinalou que o Equador ainda esperará o desenrolar dos acontecimentos no futuro para tomar alguma decisão de nível diplomático com relação aos rebeldes líbios.

Ele também reivindicou mudanças dentro da Organização das Nações Unidas (ONU), principalmente quanto à constituição e aos poderes do Conselho de Segurança (CS), que aprovou em março a zona de exclusão aérea sobre o território líbio que levou à ação militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no país.

O governo de Rafael Correa não é o único na América Latina a não reconhecer o CNT como interlocutor válido da Líbia. Pelo contrário, a maior parte das nações da região não reconheceu formalmente o conselho — apenas Panamá e Colômbia fizeram-no.

Brasil e Argentina esperam uma resolução das Nações Unidas sobre o assunto, enquanto Bolívia, Venezuela e Nicarágua já manifestaram que não reconhecerão a autoridade dos rebeldes em nenhum sentido.

Ontem, representantes de 63 Estados estiveram presentes em Paris, onde ocorreu uma reunião multilateral para discutir o futuro da Líbia. No encontro, os líderes decidiram desbloquear US$ 15 bilhões dos US$ 100 bilhões congelados por resolução da ONU dos fundos de Kadafi em bancos estrangeiros e manter ataques da OTAN até encontrar o ditador líbio.

Fonte: Ansa