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Países sul-americanos discutem redução de tropas no Haiti

Representantes dos países sul-americanos com tropas na missão de paz da ONU no Haiti debatem nesta quinta-feira (8), em Montevidéu, uma redução do efetivo para o nível anterior ao terremoto de 2010, quando havia 9 mil militares e policiais no país, disse o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

"Nos parece que se justifica um debate sobre a revisão do número de tropas, talvez a um nível um pouco mais baixo", disse Patriota a jornalistas em uma pausa no encontro de ministros da Defesa e das Relações Exteriores da região, que ocorre desde a manhã desta quinta-feira em Montevidéu.

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"A discussão ocorre em torno desse tema de voltar para os níveis preexistentes" ao terremoto de 12 de janeiro de 2010, depois do qual as forças de paz das Nações Unidas aumentaram de 9.000 homens para 12.250, dos quais 8.750 soldados e 3.500 policiais.

Patriota acredita que essa decisão será adotada a partir da renovação do mandato da Minustah (Missão de Estabilização da ONU no Haiti), em 15 de outubro, quando o Conselho de Segurança debate o futuro desta.

"O novo mandato já estabeleceria esse novo nível, mas isso precisa ser discutido com os demais países do Conselho de Segurança e com o próprio governo haitiano", indicou.

No entanto, o ministro lembrou que os países sul-americanos representam pouco mais de 40% dos efetivos militares da Minustah.

Convergência

"Há uma convergência de ideias e de visões sobre como devemos negociar este novo mandato", afirmou. "E sempre em um plano de reafirmação de compromisso da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) com a paz, a segurança e o desenvolvimento econômico, social, institucional do Haiti com as Nações Unidas."

O Brasil exerce o comando militar da Minustah, mobilizada em junho de 2004 e formada por 18 países, em sua maioria latino-americanos, como Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e Uruguai.

A Minustah foi criada pela ONU para substituir a força multinacional de 3.600 soldados, composta principalmente por norte-americanos e franceses, formada em fevereiro de 2004 para restabelecer a segurança e facilitar a distribuição de ajuda humanitária ao país após a saída forçada do ex-presidente Jean Bertrand Aristide.

Fonte: Folha de S. Paulo