China promete comprar títulos da Itália e anima Wall Street
As bolsas americanas operaram em baixa durante boa parte desta segunda-feira, 12, sob o efeito das preocupações com um possível calote da Grécia. No entanto, os mercados inverteram o sinal nos últimos minutos de pregão, em reação a uma matéria divulgada pelo Financial Times, de que a China pretende comprar um grande volume de títulos da dívida italiana.
Publicado 12/09/2011 19:38
Segundo o jornal, representantes de entidades dos governos dos dois países mantiveram contatos nas últimas semanas em Roma e em Pequim. A possibilidade de investimento chinês chega em um momento crítico para a Itália, com o mercado demandando taxas de juros cada vez mais altas para comprar os títulos do país, que apresenta dívida pública beirando 120% do PIB, nível de endividamento que, na zona do euro, só não é pior que o da Grécia.
Durante o restante do dia, foi o medo de um default grego que deu o tom dos negócios, repetindo o cenário visto no mercado na sexta-feira.
A China (quem diria?) reascende a esperança de estabilidade nos mercados acionários aterrorizados pela crise da dívida. A potência asiática é dona das maiores reservas do mundo (mais de US$ 3 trilhões), o que lhe confere uma grande capacidade de investimentos no exterior e tende a altera, no curso da crise, o cenário do poder financeiro internacional.
Plano B
O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, tratou de ir à tevê para abafar o impacto da informação que vazou para a imprensa na sexta, de que a Alemanha teria preparado um Plano B, de contingência, para o caso hipotético de uma insolvência da Grécia. “Um governo também pensa sobre o que fazer se acontecer uma catástrofe. Mas não se trata de planos. Isso precisa ser destacado, disse Schäuble.
Em um dia de agenda fraca nos EUA, destaque para o anúncio do corte de 30 mil empregos do Bank of America (BofA) nos próximos anos como resultado de seu plano de reorganização, que também inclui a venda de negócios considerados não estratégicos. As ações do BofA encerraram em alta de 1,0%.
Em Wall Street, o índice Dow Jones encerrou em alta de 0,63%, aos 11.061 pontos; o Nasdaq subiu 1,10%, para 2.495 pontos; e o S&P 500 avançou 0,70%, para 1.162 pontos.
Com informações do Valor