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CD “Um grito pela vida” denuncia trabalho escravo no Brasil

O Mutirão Pastoral contra o Trabalho Escravo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou o CD Um grito pela vida que utiliza a música para chamar atenção para um dos problemas mais sérios que afeta o país: o trabalho escravo. O CD conta com a participação de vários artistas populares, que se solidarizam com a luta contra a realidade escravagista no país.

Em 18 faixas, o CD relata histórias de vida de trabalhadores e trabalhadoras que enfrentam essa dura realidade e que chamam a atenção para as pessoas que não conhecem o assunto.

Segundo Padre Ari Antonio dos Reis, secretário do Mutirão Pastoral para superação do trabalho escravo, "o sentido do grito expressa um apelo pela vida das pessoas que são vítimas do trabalho escravo", disse.

"O CD e o blog que estamos divulgando são instrumentos de conscientização e que auxiliam no repasse da informação sobre essa realidade, porém, muito ainda há de ser feito", relatou Padre Ari.

De acordo com informações da Comissão de Pastoral da Terra (CPT) ainda existem no Brasil aproximadamente 25 mil trabalhadores e trabalhadoras com os direitos violados, atuando de forma escravizada.

Em todo o Brasil, cerca de 21 estados possuem registro de trabalho escravo. Somente no Norte do país, os estados do Pará, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins, aparecem como regiões de maior incidência da exploração do trabalho humano em condições análogas à escravidão.

O estado do Pará continua liderando os casos. Em 2010, foram registradas 63 denúncias fiscalizadas e 562 pessoas foram resgatadas de situações de trabalho escravo no estado. Em 2008, foram 811 pessoas. Entre 2003 e 2010, as principais ocorrências foram registradas em São Félix do Xingu, Marabá, Rondon do Pará, Dom Eliseu e Pacajá.

Em alguns casos foi possível fazer o resgate de trabalhadores, como o caso do município de Rio Negrinho, 250 km de Florianópolis (SC), região Sul do Brasil, onde o Ministério do Trabalho encontrou 23 pessoas atuando em uma fazenda de fumo. Entre as pessoas estavam 11 crianças e adolescentes, com idades entre 12 e 15 anos.

Fonte: Adital