Prisão política na Espanha: Arnaldo Otegi é condenado a 10 anos
O tribunal especial espanhol condenou nesta sexta-feira os ativistas bascos Arnaldo Otegi e Rafa Díez a dez anos de prisão, sob o pretexto de "participação em organização terrorista no grau de dirigentes", acatando a versão do Ministério Público.
Publicado 16/09/2011 16:49
A sentença foi notificada oficialmente aos cinco acusados – além de Otegi e Díez, Sonia Jacinto, Arkaitz Rodríguez e Miren Zabaleta também foram condenadas – na manhã desta sexta, apesar de quinta-feira a medida ter sido adiantada pela emissora de televisão espanhola Cadena Ser.
O tribunal acatou a tese da Procuradoria e considera "provado" que os condenados faziam parte de um "grupo escolhido das fileiras da esquerda abertzale que, em plena conivência, e seguindo as diretrizes de ETA, na qual se encontram integrados, desenhavam uma estratégia de acumulação de forças soberanistas".
O tribunal reconhece que não se pôde provar que esse suposto organismo se chamasse "Bateragune", mas acrescenta que isso "em absoluto retira valor e importância às acções criminais que os arguidos levavam a cabo".
De acordo com a Audiência Nacional (O tribunal), Otegi e Díez desempenhavam "tarefas de direção, responsabilidade e coordenação", e exerciam uma "evidente influência e predomínio sobre" Jacinto, Rodríguez e Zabaleta.
A sentença afirma que em 2008 a ETA os mandou formar "um organismo ou comissão de coordenação e direção que levasse a cabo a planificação e gestão da nova linha estratégica de acumulação de forças políticas soberanistas, com vista à culminação do processo independentista".
Acrescenta que os cinco militantes bascos "se tornaram sujeitos diretamente receptores das ordens dadas pela ETA".
Otegi, Díez, Zabaleta, Jacinto e Rodríguez foram detidos em 13 de outubro de 2009, estando há 703 dias na prisão. Rafa Díez, cuja detenção não estava inicialmente prevista, também foi encarcerado, mas saiu em liberdade provisória em abril de 2010. Foi intimado a comparecer na segunda-feira na Audiência Nacional para ser notificado da sentença.
De acordo com a Europa Press, no seu caso, os juízes Ángela Murillo, Teresa Palacios e Juan Francisco Martel vão convocar uma audiência para modificar sua situação penal.
Fonte: Gara e Associação de Solidariedade com Euskal Herria