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CNT fracassa em formar governo na Líbia; combates prosseguem

O autonomeado Conselho Nacional de Transição (CNT) continuou nesta segunda-feira (19) deparando-se com desafios militares nos importantes bastiões de Muamar Kadafi, depois que seus líderes políticos fracassaram no intento de formar um novo governo líbio.

Apesar do apoio dos bombardeios aéreos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), os grupos armados do CNT continuavam impedidos de tomar Sirte, cidade natal de Kadafi, na costa mediterrânea, e Bani Walid, um oásis situado 150 quilômetros a sudeste de Trípoli.

Porta-vozes do CNT reconheceram que suas tropas têm encontrado continuada e forte resistência dos seguidores do líder líbio, cujo paradeiro é desconhecido desde finais de agosto, quando a capital caiu em mãos dos grupos armados do CNT apoiados pela Otan.

Segundo testemunhos, esses grupos reiniciaram nesta segunda-feira as escaramuças em Bani Walid, cuidando de não cair sob o fogo de morteiros e combatentes fiéis a Kadafi que neste domingo (18) lhes causaram sérios estragos em suas estruturas e posições de combate.

O contra-ataque de militares e civis da tribo Warfallah que defendem Bani Walid obrigou a oposição militar a Kadafi a recuar vários quilômetros ao norte.

O porta-voz de Kadafi, Mussa Ibrahim, elogiou a resistência de seus combatentes, e afirmou que têm capacidade para seguir lutando "por meses", além de que confirmou a captura em Bani Walid de 17 homens que identificou como mercenários britânicos, franceses e do Catar.

Meios noticiosos líbios reportaram uma situação muito semelhante nos arredores de Sirte, onde a oposição armada anti-Kadafi teve que limitar suas operações a ataques combinados com a Otan e a reforçar o cerco da cidade, mas sem conseguir ocupá-la.

Um canal de televisão local afirmou que a maioria dos homens do CNT que mantinham Sirte sitiada era integrante de brigadas muito experimentadas provenientes de Misratah, que deslocaram artilharia de longo alcance, tanques, plataformas móveis de lançadores de foguetes e morteiros.

Apesar disso, o balanço dos combates de domingo mostrou "numerosas baixas" nas filas dos agressores, segundo fontes médicas.

Por outro lado, analistas atribuíram aos reveses no âmbito militar, que mantêm a Líbia em guerra e dividida territorialmente, e às divisões internas a decisão do CNT de adiar o anúncio de um pretenso governo provisório.

O dirigente do CNT Mahmoud Jibril tinha convocado uma coletiva de imprensa para revelar os postos do novo gabinete, mas explicou que "negociações de última hora" determinaram o “adiamento sem prazo”.

A nova estrutura substituiria um comitê executivo da oposição armada dissolvido em agosto, mas alguns questionam a necessidade de um governo de transição num país ainda em guerra, enquanto outros creem que isto seja indispensável para ganhar mais reconhecimento internacional.

Prensa Latina