Mahmud Abbas na ONU: "Ao chegar, abriram-se as portas do inferno"
Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina chegou a Nova York nesta segunda-feira (19) para participar da Assembleia Geral da ONU, que se inicia na próxima quarta-feira (21), quando submeterá na próxima sexta-feira (23) à organização o pedido pelo reconhecimento do Estado palestino.
Publicado 19/09/2011 19:54
O presidente da ANP descreveu a reação ao pedido pelo reconhecimento como se "houvessem aberto as portas do inferno" contra os palestinos, diante da enfurecida reação do imperialismo e de seus satélites.
Mahmud Abbas, em encontro inicial com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, relatou que submeterá o pedido da Palestina na sexta-feira. Em um encontro que o líder palestino qualificou de "construtivo", Abbas alertou Ban da intenção de seu governo ao realizar o pedido.
Ban respondeu que palestinos e israelenses deveriam reiniciar as negociações diretas entre as duas partes "dentro de um quadro legítimo e equilibrado".
Segundo informou a mídia estadunidense, diante da reconfirmação do pedido da ANO, o secretário-geral da ONU indicou que cumprirá com seus deveres para com casos relacionados à filiação de novos países.
Segundo Ban, sua responsabilidade é de "caráter técnico" e consiste em revisar se o pedido cumpre os requisitos exigidos e, então, transferi-lo ao Conselho de Segurança.
Em seguida o orgão, composto por quinze membros (cinco deles com o privilégio do veto), deve decidir se recomenda ou não à Assembleia Geral (193 integrantes) a admissão do solicitante e aprová-la por dois terços dos votos do plenário.
As decisões no Conselho de Segurança requerem a maioria de nove votos positivos e de nenhum veto contrário por parte dos cinco permanentes.
Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China são os países com direito a veto. Os outros dez membros, não permanentes, são Líbano, Colômbia, Nigéria, Gabão, Portugal, África do Sul, Bósnia e Herzegovina, Brasil, Índia e Alemanha.
A ratificação da intenção da ANP teve lugar apesar de Washington já ter anunciado que vai vetar a medida no Conselho de Segurança, atitude que satisfaz o interesse do imperialismo e de seu Estado-vassalo, Israel.
No domingo, o "Quarteto para o Oriente Médio", grupo formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU, realizou uma reunião na cidade americana para tratar de obstruir a apresentação do pedido palestino.
No grupo, Washington tem o apoio de Ban Ki-moon e da União Europeia. O pretexto para evitar a filiação da Palestina como Estado membro é que os palestinos deveriam retornar às negociações com Israel. É o "único meio", para os palestinos alcançarem seus objetivos, insistem.
No entanto, as conversações diretas foram interrompidas por Israel mais de uma vez. A última, há quase um ano, foi encerrada quanto Israel decidiu continuar a construir em territórios palestinos ocupados desde 1967, não dando ouvidos aos pedidos da ANP por dar continuidade à moratória empregada até então. Não restou caminho aos palestinos que se retirarem das "negociações".
Com agências