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Partido Pirata elege representantes no Parlamento de Berlim

Com quase 9% dos votos, Partido Pirata consegue pela primeira vez representação num parlamento estadual na Alemanha. Piratas defendem o uso da internet para tornar a política mais transparente.

Pela primeira vez, o Partido Pirata terá representantes no Parlamento da cidade-Estado de Berlim. O resultado das apurações mostra que o partido obteve 8,9% dos votos nas eleições estaduais deste domingo (18).

O feito atesta o aumento da popularidade do recém-fundado partido na Alemanha, e Berlim marca a estreia dos piratas num parlamento estadual do país.

Criado na Suécia em 2006 e fundado na Alemanha naquele mesmo ano, o Partido Pirata cresceu rapidamente e hoje conta com 13 mil membros em todo o território nacional. Foi em 2009 que o grupo ganhou notoriedade, durante um debate político que discutia o bloqueio da pornografia infantil na internet.

Essa iniciativa era vista por muitos como uma espécie de censura na rede, e havia o temor de que ela pudesse criar um precedente.

Uma discussão semelhante havia ocorrido na Suécia. No caso do país escandinavo, membros do partido argumentavam que nem todos que baixavam músicas e filmes do site Pirate Bay deveriam ser considerado criminosos. O paradigma da era digital não é mais a posse, mas o acesso, argumentavam piratas em todo mundo.

Na Alemanha, o diferencial do Partido Pirata é a familiaridade do grupo com o mundo online, o que, segundo seus membros, falta nos partidos tradicionais. Isso também faz com que os piratas sejam mais conhecidos entre os eleitores mais jovens.

Um dos principais pontos do programa do Partido Pirata é a tentativa de estabelecer uma política "mais transparente". Andreas Baum, de 33 anos, o principal candidato em Berlim, diz que os cidadãos deveriam ter mais influência nas políticas dos governos. "Deveria ser diferente do modo como tem sido, com o apoio das novas ferramentas da internet", diz.

Direito à internet

Nas eleições de Berlim, o Partido Pirata se apresentou como um partido interessado em questões sociais, pedindo acesso à educação, ao conhecimento e à participação na vida pública da cidade – o que todos deveriam desfrutar, independentemente da situação social.

Para os piratas, o metrô deveria ser livre, assim como o acesso à internet, por meio de conexão sem fio que alcançasse toda a cidade. O princípio que guia a internet – o livre fluxo de informações – deveria ser aplicado na vida real de Berlim.

O partido, no entanto, não defende apenas a expansão do mundo online para todos os cidadãos, mas também quer alertar para os perigos da vida na rede.

Com o ingresso no parlamento regional, o Partido Pirata será confrontado com o desafio de implementar suas ideias. Mas não será a primeira vez que eles enfrentam tal cenário, já que alguns membros do partido fazem parte de governos municipais. Até o momento, o grupo sobreviveu, o que pode ser um indicativo de que a popularidade do partido vai continuar subindo.

Com informações da Deutsche Welle