SINTECT emite nota e pede o apoio da população

 

Os trabalhadores dos Correios no Rio Grande do Norte entraram em greve por tempo indeterminado a partir da zero hora da última quarta-feira (14). A greve atinge Natal e região metropolitana, alem de Mossoró, Caicó e Currais Novos. Em nota, o Sindicato Estadual dos Trabalhadores dos Correios (SINTECT/RN) apresenta a pauta de reivindicações e pede o apoio à sociedade norte-rio-grandense para que as negociações sejam reabertas.

De acordo com o presidente do Sindicato Estadual dos Trabalhadores dos Correios, Francisco Moacir Soares, dos 35 sindicatos filiados a FENTECT, apenas o Sindicato de Uberaba-MG, ainda não aderiu a mobilização. “Nas Assembleias realizadas em todo o Brasil, companheiros de todos os Estados, numa demonstração de união e convictos de que da forma como está não dá mais para continuar, votaram pela deflagração da greve”, ressalta.

Os funcionários dos Correios reivindicam um aumento salarial linear de R$ 400 a partir de janeiro do próximo ano, reposição da inflação de 2010, calculada em 7,16%, e mais 24%, referentes a perdas acumuladas desde 1994.

Segundo Moacir Soares, a área mais afetada pela greve é a operacional, que corresponde a parte de distribuição com 60% do efetivo parado por tempo indeterminado. "A expectativa é que mais trabalhadores entrem em greve no Estado", disse Soares.

Uma nova Assembleia está marcada para esta segunda-feira, 19 de agosto, as 8h, em frente ao edifício sede dos Correios, na Ribeira em Natal, em Mossoró e Caicó, para deliberar pelo futuro da greve.

Abaixo a nota do SINTECT/RN.

NOTA À POPULAÇÃO!

O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Rio Grande do Norte – SINTECTRN vem a público informar que a categoria ecetista encontra-se em greve, por tempo indeterminado, desde o dia 14 de setembro. O movimento é nacional e reivindica que o novo Acordo Coletivo de Trabalho assegure melhores salários e condições de desempenho profissional para os 107 mil trabalhadores dos Correios.

Condições – Na atualidade, dentre os trabalhadores de empresas estatais brasileiras, os ecetistas são os que recebem os menores salários. O piso da categoria é de apenas R$ 807 e o último reajuste foi concedido há quase dois anos. Além disso, em decorrência da carência de pessoal, a sobrecarga de trabalho é intensa. Nos últimos anos, a Empresa não apenas ficou sem contratar, como, ainda, promoveu um Plano de Demissão Voluntária que levou à saída de 7 mil funcionários, sendo 114 no RN.

Reivindicações – Os trabalhadores reivindicam uma contraproposta que possa ser considerada minimamente decente: reposição integral da inflação e ganho real nos salários, a fim de repor parte das perdas historicamente acumuladas.

Também exigem solução imediata para o grave problema da carência de mão de obra, que tem levado à intensificação da exploração, fazendo com que os ecetistas estejam entre os trabalhadores que mais são acometidos por doenças profissionais, com elevados índices de afastamento do trabalho.

Negociação – Desde 26 de julho, os trabalhadores ecetistas vem tentando negociar o novo Acordo Coletivo de Trabalho. Foram mais de 40 dias de exaustivas discussões, sem que os representantes da ECT apresentassem uma proposta viável. Alegando a necesidade de segurar o orçamento por conta da crise econômica, a proposta a que chegaram foi de reposição da inflação, abono de R$800 e um aumento de R$50 a ser pago em janeiro de 2012.

Greve – Diante da proposta apresentada pela ECT e da postura de rejeição às propostas apresentadas pelos trabalhadores, não FILIADO restou outra alternativa senão a deflagração da greve. A utilização dessa forma de luta, que é um direito do trabalhador, foi aprovada por ampla maioria dos ecetistas, em 34 das 35 assembléias realizadas pelos Sindicatos de Correios existentes no País. No entanto, diferentemente do que faz a Empresa, a categoria continua aberta à negociação.

Ameaça – Em nota emitida após a deflagração da greve, a ECT disse ter oferecido "todas as condições necessárias para o fechamento do Acordo 2011/2012". Também decidiu retirar a contraproposta que já havia apresentado aos trabalhadores e passou a ameaçar os grevistas com o corte de ponto. O movimento grevista, no entanto permanece firme em todo o País, com mais de 70% de adesão.

Contradição – O argumento da ECT para negar um aumento decente aos ecetistas não convence. O governo Lula já demonstrou que para enfrentar a crise econômica é preciso apoiar-se no mercado interno, elevando o poder aquisitivo dos trabalhadores para dinamizar a economia, e não o contrário. Além do mais, o reajuste pretendido também pode ser parcialmente coberto com os lucros da própria ECT. Em 2010, a Empresa lucrou R$827 milhões. Já, no primeiro semestre deste ano, esse valor já atingiu R$500 milhões, o que sinaliza uma tendência de crescimento.

Trabalhadores pedem apoio

Diante da intransigência da direção dos Correios, os ecetistas vêm a público solicitar a solidariedade e o apoio dos trabalhadores e do povo norte-rio-grandense para que as negociações sejam reabertas. Não aceitamos que a crise econômica internacional sirva de pretexto para a mnutenção dos baixos salários. Os trabalhadores não foram os responsáveis pela crise e ônus dela não deve recair sobre os nossos ombros.

Natal (RN), 15 de setembro de 2011.

SINDICATO DOS TRABALHADORES DA EMPRESA
BRASILEIRA DE CORREIOS E TEL_GRAFOS DO RIO
GRANDE DO NORTE – SINTECT/RN