Trabalhadores dos Correios mantêm greve

 

Após a realização de um ato contra a intransigência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que se recusa a dar um aumento real para os trabalhadores, os funcionários dos Correios decidiram, na assembleia desta terça-feira (20), permanecer em greve. A paralisação começou na quarta-feira (14), e já atinge todos os 35 sindicatos da categoria no país.

O presidente do Sindicato Estadual dos Trabalhadores dos Correios (SINTECT/RN), Moacir Soares, afirma que a greve continua até que a ECT apresente uma nova proposta e ressalta a força da greve, que completou uma semana. Segundo Moacir, “ao contrário do que a empresa anuncia, a greve se mantém forte e estamos conseguindo novas adesões”.

A empresa diz que não negocia com os trabalhadores em greve e ameaça o corte de ponto. Os grevistas, no entanto, alegam que os trabalhadores não voltarão ao trabalho enquanto os canais de discussão não forem reabertos. Na avaliação do comando de greve, a categoria pode avançar na proposta, e a orientação é a realização de assembléias diárias.

A próxima assembleia dos trabalhadores dos Correios no Rio Grande do Norte acontece nesta quarta, 21 de agosto, às 11 horas, em frente ao Edifício sede dos Correios, na Ribeira, em Natal e também na sub sede em Mossoró e em Caicó.

Último a aderir

A partir desta quarta-feira (21), o Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Uberaba e Região (Sintect-URA) entrará para a paralisação dos trabalhadores dos Correios, que teve início na noite de terça-feira (13). A assembleia que decidiu pela adesão aconteceu na sexta-feira (16). De acordo com Antônio Sérgio Tiveron, diretor do Sintect-URA, foi preciso esperar até quarta-feira para cumprir a legislação, já que é necessário avisar os Correios sobre a paralisação com antecedência.

Segundo o comando geral da Fentect, cerca de 70% dos servidores aderiram à greve. Ao todo, são 110 mil trabalhadores nos Correios, dos quais a federação estima que aproximadamente 80 mil estejam em greve.

Pauta

A categoria pede 7,16% de reajuste salarial imediato para repor a defasagem causada pela inflação, reajuste do vale-refeição e do vale-alimentação (R$ 30 por dia), aumento real linear de R$ 400 e um piso salarial de R$ 1.635. Hoje o piso é de R$ 807. “Também exigimos um Correio público, 100% estatal e eficiente, além de contratações já, porque a sobrecarga está forte, está faltando muita gente nos Correios”, diz Evandro Leonir, representante do comando nacional de negociação da federação.