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Sirte não cai, para frustração dos golpistas do CNT e da Otan

Os grupos armados do antonomeado Conselho Nacional de Transição da Líbia atacaram novamente nesta segunda-feira a cidade de Sirte, depois de um recuo que seus líderes justificaram como "retirada tática", o que aumentou a frustração diante da perseverante resistência das forças leais a Muamar Kadafi.

As forças militares do autonomeado Conselho Nacional de Transição (CNT) voltaram a atacar com o apoio da aviação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), pacto agressor e imperialista, que bombardeou áreas do centro da cidade, apesar de que muitos civis continuam ali.

Residentes que conseguiram sair culparam a Otan e os membros do CNT de provocar sofrimento na população, porque os feridos carecem de remédios devido a que os hospitais são bombardeados.

A própria aliança atlântica confirmou nesta segunda-feira que atingiu numerosos alvos ali, vários deles supostamente militares, com o alegado fim de proteger os civis, mas o porta-voz de Kadafi, Moussa Ibrahim, a culpou pela morte de centenas de pessoas inocentes.

Testemunhas relataram que eram visíveis altas colunas de fumaça emanando da cidade pouco depois de se escutar estrondosas explosões provocadas pelas bombas da Otan e pela artilharia pesada das forças do CNT, bem como tenaz resposta dos combatentes pró-Kadafi.

Pessoas entrevistadas por canais televisivos regionais afirmaram que os combatentes de Kadafi dominam posições estratégicas a partir das quais golpeiam com efetividade as forças do CNT, que tiveram que desistir ontem de continuar seu avanço para o centro da localidade.

Foguetes, granadas, obuses de morteiros e francoatiradores são os principais recursos com que os fiéis a Kadafi defendem Sirte, sua cidade natal, e Bani Walid, outro bastião de resistência situado ao sudeste de Trípoli.

Um comandante militar do CNT negou que tenham sido forçados a sair em debandada de Sirte e alegou que se tratou de uma "retirada tática" após conseguirem três objetivos propostos, um dos quais supostamente foi criar um corredor para a saída de civis.

Os outros dois propósitos, de acordo com a visão dos opositores armados, foram assegurar a periferia da cidade e bloquear qualquer possível rota de fuga para os combatentes pró-Kadafi.

No entanto, milhares de habitantes da cidade continuam nela com limitações no fornecimento de alimentos, remédios, água potável e combustível, e expostos a bombardeios indiscriminados e cada vez mais cruéis da aliança atlântica, recordou um meio local.

A mesma fonte citou o porta-voz do CNT que admitiu a magnitude da resistência dentro de Sirte e disse que eram insuficientes homens para controlar um território onde Kadafi tem prestígio. O paradeiro de Kadafi é desconhecido desde finais de agosto.

Por outro lado, a resistência à agressão estrangeira mantém-se também em Bani Walid, onde fontes médicas indicaram que nas últimas 24 horas o CNT perdeu ao menos 30 homens.

Prensa Latina