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Relações entre Estados Unidos e Paquistão ficam mais tensas

As desgastadas relações entre o Paquistão e os Estados Unidos serão objeto de especial atenção no discurso que será pronunciado pela chanceler da nação sul-asiática, Hina Rabbani Khar, na Assembléia Geral das Nações Unidas .

Um porta-voz do gabinete do primeiro-ministro paquistanês, Yousuf Raza Gilani, disse que o premiê falou por telefone com Hina e lhe deu instruções de "projetar com força" o ponto de vista de Islamabad sobre as circunstâncias que geraram a nova ruptura das relações entre as duas nações.

A chanceler representa seu país na 66ª Reunião da Assembléia Geral do organismo internacional, depois de Gilani cancelar sua participação devido às catastróficas inundações na província de Sindh.

O porta-voz disse que o primeiro-ministro teria ordenado a Hina que voltasse para o Paquistão depois de seu discurso, para informar pessoalmente ao governo sobre suas consultas com altos funcionários estadunidenses em Nova York.

Em seu regresso, a titular das Relações Exteriores também assistirá à Conferência de Todos os Partidos, reunião convocada por Gilani para a próxima quinta-feira (29), com a finalidade de avaliar a situação criada pelas acusações estadunidenses e seus envolvimentos para a segurança nacional.

A aliança Paquistão-Estados Unidos, estremecida depois da operação secreta que culminou com a morte de Osama bin Laden em 2 de maio, sofreu outro golpe depois que membros importantes do governo norte-americano acusaram Islamabad de colaborar com a rede Haqqani, uma das mais ativas e letais do Talibã.

A guerra verbal entre os dois governos teve início quando o almirante Mike Mullen, chefe do Estado Maior Conjunto, acusou Islamabad de "exportar a violência" ao usar como "instrumento político" aos Haqqanis, na última quinta-feira (22).

O oficial estadunidense assegurou ante a Comissão de Defesa do Senado que essa rede é "o verdadeiro braço do ISI" (o serviço secreto paquistanês) e aventou que ambos teriam estado envolvidos no ataque à embaixada norte-americana em Cabul, no dia 13 de setembro.

Em declarações a vários meios de comunicação em Nova York, Hina adiantou vários pontos do conteúdo de seu discurso ante a Assembléia Geral.

A chanceler qualificou como "infundadas" as acusações de Mullen e assegurou que durante muito tempo a rede Haqqani foi "uma criança mimada" de Washington. "O Paquistão não tem com os Haqqanis vínculos maiores que os próprios Estados Unidos (com o fim de negociar a pacificação no Afeganistão)", disse.

"Qualquer coisa que se diga a respeito de um aliado, de um sócio, para recriminá-lo e humilhá-lo publicamente, é inaceitável", reforçou Hina, que também advertiu Washington de que a persistência nesses pronunciamentos poderá causar "a perda de um aliado".

Com informações da Prensa Latina