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Otan bombardeia Sirte, mas fiéis a Kadafi resistem

Aviões da Otan intensificaram, nesta quarta (28), os bombardeios contra Sirte, para apoiar a ofensiva terrestre de forças insurgentes líbias, uma vez que fiéis ao presidente Muamar Kadafi continuam resistindo ali e em outras duas localidades no sul do país.

Informações procedentes da cidade natal de Kadafi, cujo paradeiro é desconhecido desde o final de agosto, assinalaram que a resistência domina posições do centro, apesar dos quatro dias consecutivos de ataques por parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Os sublevados contra Kadafi capturaram muitas áreas, mas ainda encontram feroz resistência, segundo numerosos boletins jornalísticos que, ainda que contraditórios, diferem de declarações deliberadamente confusas e triunfalistas do Conselho Nacional de Transição (CNT).

Uma fonte militar do CNT afirmou que os rebeldes tinham pleno controle do porto de Sirte e de algumas zonas do centro urbano, em uma estratégia para avançar desde a periferia oriental e unir-se a brigadas que sitiam a cidade pelo flanco oeste.

Outro chefe militar assegurou estar em condições de entrar na cidade "no momento que escolherem", mas alegou preocupação com o destino de civis, ainda que os residentes tenham denunciado ataques indiscriminados, por parte dos insurgentes e da Otan, contra casas, escolas e hospitais.

A Otan reconheceu ter destruído o que descreveu como "centros de comunicações, armamento e instalações militares", mas omitiu os danos a civis em zonas densamente povoadas de Sirte, situada 360 quilômetros a leste de Trípoli, na costa mediterrânea.

De acordo com as informações, um panorama similar foi verificado em Bani Walid, a cerca de 150 quilômetros a sudeste de Trípoli, e em Sabha, a principal cidade meridional do deserto libio, a 650 quilômetros da capital do país, onde há bolsões de resistência à agressão.

Apesar do CNT ter assegurado que Bani Walid sucumbiu a seus homens, os insurgentes controlam apenas algumas comunidades da periferia, enquanto a artilharia dos pró-governo impede que se aproximem do núcleo da cidade, onde a população segue leal a seu líder.

Em Sabha, que também foi declarada "libertada" há uma semana, os opositores armados não têm a plena administração nem contam com respaldo popular, ainda que tenham instalado um escritório do CNT no bairro de Al-Gurtha, e controles em estradas que conduzem ao centro.

"As forças (de Kadafi) dentro dessas áreas não resistem a unir-se a nós, mas também não desejam se desarmar. Eles têm as armas, mas não o pessoal, e nós o contrário", comentou o porta-voz do CNT a jornalistas, em Sabha Ahmed Bashir.

Na terça-feira, Alí Al-Tarhouni, servidor público da liderança insurgente encarregado das finanças, chegou a Sabha com o equivalente a 16 milhões de dólares, que entregou ao banco da localidade, para tratar de estimular o apoio às forças sublevadas.

Fonte: Prensa Latina