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Cuba denuncia que EUA se negam a entregar evidência

Cuba denunciou, nesta sexta (30), que o governo norte-americano se recusou a entregar as imagens de satélite do dia 24 de fevereiro de 1996, um elemento chave no caso do antiterrorista cubano Gerardo Hernández.

Gerardo Hernández, René González, Ramón Labañino, Antonio Guerreiro e Fernando González cumprem sentenças que chegam até a 'dupla prisão perpétua mais 15 anos' de prisão por informar sobre planos terroristas de grupos anticubanos assentados nos Estados Unidos.

Um artigo do jornal Granma questiona ainda por que os meios de comunicação norte-americanos fazem silêncio diante de um fato tão escandaloso.

O jornal aponta que Gerardo Hernández apresentou sua solicitação de Habeas Corpus sobre a base de novas evidências.

"O caso é altamente ilustrativo do empenho dos diferentes governos norte-americanos em demonstrar que não estão dispostos a revisar as sentenças, por mais que surjam múltiplas evidências de que apelou-se a métodos ilegais para condenar os detentos", assegura o Granma.

Richard Klugh, membro da equipe de defesa dos Cinco, como são conhecidos internacionalmente, denunciou que o Governo norte-americano ainda resiste a apresentar a evidência documental que está sendo exigida.

O texto se refere ao fato de que estas evidências podem permitir conhecer claramente o que ocorreu com os aviões caídos no dia 24 de fevereiro de 1996, impedindo uma via para a defesa correta de Gerardo.

Em uma entrevista recente, Ricardo Alarcón, presidente da Assembleia Nacional, também explicou que o governo estadunidense mantém "invisíveis" as imagens de satélite que zelosamente guarda sobre esse incidente.

"Não permitiu que fossem vistas, há 15 anos, pelos investigadores da Organização de Aviação Civil Internacional, negou-se a apresentá-las ao Tribunal de Miami e agora reitera sua negativa diante da demanda da defesa de Gerardo", ressaltou.

"A sua atitude de impedir que outros vejam as provas conhecidas apenas por Washington é tão óbvia e suspeita que, no grande alegato de 123 páginas e três anexos contra Gerardo, mal se alude ao assunto em um torcido parágrafo de cinco linhas", destaca o periódico.

Alarcón, que foi o representante de Cuba na reunião da OACI de 1996, recordou que nenhum tribunal dos Estados Unidos tinha jurisdição sobre o incidente do dia 24 de fevereiro daquele ano, salvo que tivesse ocorrido no espaço internacional.

A investigação realizada pela OACI revelou algo surpreendente. Apesar de advertidas de antemão por seu governo, as estações de radar norte-americanas ou não registraram o acontecimento, ou ofereceram dados contraditórios, ou destruíram esses dados.

"A única "prova" fornecida pelas autoridades estadunidenses é o depoimento do capitão de um navio que opera, casualmente, desde Miami e, segundo novos dados, cujos donos estiveram vinculados como contribuintes financeiros à Fundação Nacional Cubano-Americana (FNCA)", sublinha o texto.

"Daí o interesse, primeiro da OACI e depois da defesa de Gerardo, pelas imagens de satélite", insiste. O Governo norte-americano nunca negou a existência das mesmas, admitiu tê-las, mas já há quinze anos proíbe que alguém mais possa vê-las.

Fonte: Prensa Latina