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Grécia vai demitir 30 mil funcionários e não atingirá meta do FMI

Com uma economia em queda acentuada e uma recessão cada vez mais profunda, o governo grego anunciou o que há muito era esperado. O país não vai conseguir cumprir as metas de déficit orçamentário de 2011 e de 2012 fixadas no plano de resgate da União Europeia e do FMI. O governo anunciou também mais uma impopular medida de austeridade. Num país onde dados oficiais apontam um desemprego acima dos 16%, serão demitidos 30 mil funcionários públicos.

As informações foram divulgadas neste domingo (2), após o conselho de ministros aprovar o esboço do Orçamento para 2012. Esta redução do quadro público é apenas um dos pontos mais polêmicos do plano de austeridade destinado à liberação dos empréstimos da União Europeia (UE) e do FMI (Fundo Monetário Internacional) à Grécia.

O plano cria uma "reserva trabalhista", permitindo que trabalhadores estatais recebam apenas pagamentos parciais e sejam demitidos um ano depois. Ou seja, os funcionários que, depois de um ano recebendo apenas um pedaço do seu salário, não tenham encontrado outro emprego, ficarão sem seu posto de trabalho.O governo planeja ainda cortar 20% das aposentadorias acima de 1,2 mil euros.

As demissões para cumprir as exigências da UE e do FMI provocaram a reação dos principais sindicatos de trabalhadores da Grécia, que convocaram greves para os dias 5 e 19 de outubro. Nesta quarta, eles protestarão também contra os cortes de gastos e o aumento de impostos.

Por outro lado, as demissões poderão não ser suficientes para os credores do país. A Grécia não atingirá as metas do déficit orçamentário de 2011 e de 2012 determinadas no plano de resgate, de acordo com números publicados pelo Ministério das Finanças neste domingo, após o gabinete aprovar o esboço do orçamento para 2012. O anúncio aumenta a incerteza sobre o futuro da economia grega.

O déficit orçamentário de 2011 ficará em 8,5% do PIB (Produto Interno Bruto) este ano, sem atingir a meta de 7,6%. Ele também será rebaixado para 6,8% do PIB no ano que vem, mas ainda assim não atingirá a meta do resgate, de 6,5%.

Segundo o ministério, não foi possível atingir a meta devido à recessão mais intensa que o esperado – a economia teve retração de 5,5%, em vez de 3,8%, como havia sido estimado em maio deste ano.

"Ainda restam três meses críticos para terminar 2011, e a estimativa final de 8,5% de déficit do PIB pode ser atingida caso os mecanismos de Estado e os cidadãos respondam de acordo", informou o Ministério das Finanças em comunicado.

Com agências