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Argentina fortalece parque industrial, mas mídia fala em crise

Enquanto a presidente argentina, Cristina Kirchner, apresenta o Plano Estratégico Industrial Argentina 2020 com metas para o fortalecimento da indústria nacional, a imprensa brasileira destaca o perigo “iminente” de uma crise decorrente da fuga de capitais no país.

Plano Estratégico Industrial 2020 - Telam

Cristina Kirchner apresenta nesta terça (4), na província de Santa Fé, as conclusões, objetivos e metas do Plano Estratégico Industrial Argentina 2020. O Plano contém políticas gerais e setoriais para duplicar o Produto Interno Bruto (PIB) industrial e chegar aos 140 bilhões de dólares, com um crescimento anual de 5%.

Outros objetivos do Plano são: a criação de 1,5 milhão postos de trabalho; o aumento do investimento na ordem de 28% do PIB, e a substituição de importações pelo equivalente a 45% do que o país adquire em mercados externos atualmente.

Contraste

A informação, divulgada pela agência de notícias Prensa Latina, contrasta com o cenário desalentador apresentado nesta terça (4) pela reportagem da Folha de São Paulo: “Governo Cristina enfrenta fuga de capitais”.

De acordo com o jornal, “a Argentina, que vai às urnas no dia 23, vive uma crise de confiança externa e interna”, devido à fuga de capitais. Investidores estrangeiros estão retirando o dinheiro da Argentina. Até o momento, a “fuga” foi de US$ 3 bilhões.

A posição do jornal é rebatida pelo economista da Econométrica, Ramiro Castiñeira, publicada no final da matéria. Ele ressalta: “A fuga de capitais não significa que a economia esteja em colapso, como em 2001, porque agora o país cresce. O motivo é o contexto internacional”.

Programa de longo prazo

O Plano Estratégico argentino foi elaborado democraticamente, em conjunto com mais de 20 sindicatos de trabalhadores, cem câmaras empresariais, universidades e o Estado em todos os níveis.

Pensar um país no longo prazo indica uma postura madura do governo e o comprometimento da atual gestão com o crescimento sustentável da economia argentina, baseado no fortalecimento do parque industrial nacional e na substituição das exportações. O que a imprensa tradicional não admite é que o país vizinho se desenvolva em moldes não dependentes e que tenha um projeto próprio de país pensado por ele e para ele.

Da Redação,
Vanessa Silva com informações da Prensa Latina e da Folha de São Paulo