Sem categoria

Imigração: Dilema para os estadunidenses

A cidade de Dayton, em Ohio (EUA), aprovou uma iniciativa facilitadora da presença de imigrantes para aumentar o número de seus moradores, em franco declínio nos últimos anos, publica o jornal The Dayton Daily News.

Na quarta (5), o prefeito Gary Leitzell, ao apresentar o plano aprovado pelos Comissionados de forma unânime, propôs que todos os imigrantes sejam tratados de forma "amistosa, justa e humana".

Os promotores sustentam que a iniciativa poderia ser considerada como um passo para criar uma identificação local para os residentes que não podem conseguir habilitação — para conduzir veículos — ou identificação do estado.

A decisão mostra o dilema em que os estadunidenses se encontram envolvidos com relação à presença de mais de 11 milhões de imigrantes ilegais no país.

Enquanto alguns aprovam normas severas para perseguir o trabalho de pessoas sem documentação, como no Alabama e Arizona, outros estão a favor de ter essa mão-de-obra que ocupa empregos em setores agrícolas e de serviços, considerados pesados por muitos estadunidenses, que se negam a desempenhar tais atividades.

Perseguição e preconceito

O The Dayton contrasta com a situação do Alabama, onde a entrada em vigor da lei HB56 transforma em um crime estatal não ter documentos.

Como resultado, por exemplo, dezenas de centrais processadoras de frango já padecem com a perda de empregados que não possuem documentos e os fazendeiros também estão temerosos diante da ameaça de perder suas colheitas.

Alguns dizem que não temem ser descobertos em seu trabalho. O temor é de que a polícia os prenda no caminho e que seus filhos passem à custodia do governo para serem deportados.

Há uma semana, a juíza Sharon Lovelace Blackburn aprovou várias partes da lei HB56, contradizendo argumentos do Departamento de Justiça de que o grosso do regulamento é anticonstitucional.

Um dos argumentos daqueles que apoiaram a lei HB56, incluindo o governador republicano Robert Bentley, é o combate ao desemprego, mas seus oponentes asseguram que há trabalhos que os estadunidenses não estão dispostos a fazer.

Como resultado do dilema que enfrentam os estadunidenses para resolver o assunto, milhões de imigrantes pobres que chegaram ao país em busca de trabalho vivem hoje sob o medo e o pesadelo de serem detidos e deportados, após terem participado ativamente da vida econômica.

O Pew Hispanic Center estima que, das 11,2 milhões de pessoas que residem de forma irregular nos Estados Unidos, 9,1 milhões provêm da América Latina.

Segundo dados do Censo, os filhos dos imigrantes latino-americanos são o maior conjunto dos que vivem abaixo do índice da pobreza, e ultrapassam, em precariedade e exclusão, os negros e brancos.

Por outro lado, grupos defensores dos direitos dos imigrantes afirmam que, devido à perseguição contra esse setor, quase um milhão de pessoas foram deportadas no último ano, sendo que 70%¨delas não tinham antecedentes policiais.

Para acentuar o problema, democratas e republicanos não dão passos concretos sobre como enfrentar uma reforma migratória, o que seria um paliativo para os imigrantes sem documentos e resolveria as necessidades de mão-de-obra em muitos estados, fundamentalmente os agrícolas, entre outras.

Fonte: Prensa Latina