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Shell acusada de promover a violência armada na Nigéria

Uma organização não governamental nigeriana acusa os seguranças da empresa anglo-holandesa de exploração de petróleo de serem responsáveis por execuções extrajudiciais e tortura.

A Shell tem sido acusada de financiar grupos de milícias armadas e promovido os conflitos armados na Nigéria. De acordo com a investigação divulgada na terça-feira (4) pela Platform – uma organização não governamental que se dedica à fiscalização da atividade da indústria petrolífera –, a Shell está implicada numa longa história de abusos dos direitos humanos no delta do Níger nos últimos 10 anos.

Um dos casos relatados resultou na morte de 60 pessoas e na destruição de uma cidade inteira. No relatório pode ler-se que, em 2010, a Shell transferiu 159 mil dólares para um grupo associado à violência das milícias, sendo habitual escolher os grupos mais poderosos em confronto para proteger as suas infoestruturas.

“Embora a principal responsabilidade pelas violações dos direitos humanos recaia sobre o governo nigeriano e os outros agentes nos conflitos, a Shell tem desempenhado um papel activo na promoção dos conflitos e da violência”, disse a Platform.

Noutra passagem do documento, os seguranças privados da petrolífera são acusados de serem responsáveis, em 2009 e 2010, por execuções extrajudiciais e tortura em Ogoniland.

Como era de se esperar, a Shell nega a denúncia, alegando que "respeita os direitos humanos" independentemente do local onde exerce as suas atividades, mas reconhece que seu "modus operandi" exacerba as tensões nas comunidades nigerianas e admitiu "estudar" as recomendações da Platform.

Outro relatório, divulgado pela ONU no início deste ano, também responsabiliza a Shell pelos elevadíssimos níveis de poluição do delta do Níger. Embora concentre as maiores reservas petrolíferas da África ocidental, a maioria dos seus habitantes vive com menos de US$ 2 por dia.

Com informações da agência África 21