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Evo Morales reitera que há uso político de marcha popular

O presidente da Bolívia, Evo Morales, voltou a acusar um uso político da marcha realizada há quase dois meses contra a instalação de uma rodovia dentro do Território Indígena Parque Nacional Isiboro Securé (Tipnis), no leste do país.

“Os inimigos históricos do movimento indígena agora aparecem como grandes defensores do movimento indígena quando lhes interessa politicamente. Antes eram inimigos dos direitos da Mãe Terra e agora aparecem como defensores da Mãe Terra”, afirmou o presidente, em referência aos partidos opositores da chamada Meia Lua, que abrange os departamentos (o equivalente a estados) do Oriente boliviano.

“Nas épocas passadas era golpe de Estado militar. E agora usam a nossos irmãos e alguns grupos com qualquer pretexto para que eles se aproveitem disso e outra vez se apropriem de nossos recursos naturais”, acrescentou.

A marcha dos povos indígenas de Tipnis foi retomada na última semana após uma interrupção por conta de repressão policial. O governo afirmou que a ordem para a atuação repressiva não partira de nenhum integrante do alto escalão. Ainda assim, quatro deles deixaram os cargos – dois em protesto contra os fatos, dois para permitir a investigação, para a qual Morales convidou integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Unasul, em uma tentativa de minimizar o mal-estar e a deterioração da imagem internacional.

Durante discurso no sábado (8), o presidente comentou ainda o protesto organizado por bolivianos em frente à Casa Branca para pedir uma atuação dos Estados Unidos no caso de Tipnis. “Estão pedindo uma invasão à Bolívia e não é possível que nossos irmãos indígenas do Oriente boliviano sejam instrumentos para que a direita peça a invasão”.

Com Rede Brasil Atual