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Filme Dawson Ilha 10 aborda ditadura chilena

Dawson Ilha 10 – A verdade sobre a ilha de Pinochet, última produção do premiado diretor Miguel Littín, estreia no Brasil no dia 11 de novembro, após importantes indicações a prêmios do cinema internacional.

O filme, uma coprodução Brasil/Chile/Venezuela, apresenta a sofrida realidade de ministros e integrantes do governo Allende presos durante a ditadura de Augusto Pinochet e confinados a um campo de concentração na Ilha Dawson, no extremo sul do Chile.

Para retratar momentos de isolamento e incertezas dos presos políticos, o filme utiliza uma estética que dialoga com o psicológico dos personagens. O frio, a solidão e o medo do esquecimento criam uma atmosfera cenográfica melancólica, cinzenta e ao mesmo tempo delicada, que tornam Dawson Ilha 10 um filme diferente dos outros que abordam a pesada temática de períodos ditatoriais.

Apesar da estreia no mês que vem, o filme teve sua primeira exibição pública no Brasil durante o VI Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, realizado no ano passado em Salvador. Baseado no livro Isla 10, de Sérgio Bittar, o filme também utiliza cenas reais para apresentar a cruel rotina a que foram submetidos os ministros do governo deposto de Salvador Allende no campo de concentração montado na ilha.

O filme foi selecionado pelo Chile para representar o país no Oscar e no Globo de Ouro. Em 2009, Dawson Ilha 10 integrou a Seleção Oficial do Festival Internacional de Cinema de Roma. Além disso, foi um dos quatro filmes a competir pelo prêmio Goya de Melhor Filme Hispano Americano (2010).

Antes mesmo de ser finalizado, Dawson Ilha 10 já havia conquistado cinco prêmios no Festival de Guadalajara na categoria “Guadalajara Construye”, destinada a filmes em processo de finalização.

O diretor Miguel Littín possui uma vasta e importante cinematografia e suas produções sempre seguiram na linha do cinema político-humanista. Foi indicado duas vezes ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e à Palma de Ouro em Cannes.

Gabriel García Márquez, prêmio Nobel de Literatura, chegou a dedicar o livro A aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile para um dos projetos cinematográficos do diretor. Littín foi ao Chile clandestinamente em plena ditadura militar e filmou Acta General de Chile (1988). Para essa empreitada, teve que trabalhar disfarçado e com o apoio da resistência internacional, arriscando sua vida para lutar contra a ditadura.