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Bolívia consolida descolonização. Povo apoia mudanças

A Bolívia consolidou nesta quarta-feira (12) seu caminho para a plena descolonização, um conceito que transcende até mesmo o estabelecido pela Constituição Política do Estado Plurinacional, vigente desde 2009.

Descolonização Bolívia - Diego Valero/ ABN

A mais recente concentração popular em uma praça central de La Paz, em apoio ao processo de mudança iniciado pelo presidente Evo Morales há cinco anos, foi apenas uma mostra da solidez das novas estratégias em favor de setores historicamente desprotegidos, em particular os povos originários e os campesinos.

Além da declaração por decreto supremo de considerar cada 12 de outubro como Dia Nacional da Descolonização, o próprio Morales recordou que se trata também da ousadia de dignificar o país na ordem econômica, com honestidade e transparência em sua condução.

Morales e vários líderes de organizações sociais recordaram que um dos primeiros passos nesse processo, não isento de erros e muitos obstáculos opositores, foi a nacionalização dos recursos naturais. A matéria prima, que brota da Mãe Terra, e suas utilidades, apenas agora são para o povo e não para as transnacionais.

Também precisaram que descolonizar é desenhar e implementar obras, projetos e políticas com voz própria, alheia aos ditames de organismos internacionais ou da embaixada dos Estados Unidos, como repetiram dezenas de governos neoliberais, antes de 2005.

Eleições judiciais

Para o presidente, essa descolonização não estaria completa sem a resposta popular nos comícios do Poder Judicial do próximo domingo 16 de outubro.

Pela primeira vez na história nacional e mundial, os bolivianos vão escolher, de maneira democrática e soberana, os magistrados que resolverão, de forma independente, milhares de processos ofuscados hoje pela corrupção dos administradores de justiça.

A descolonização na Bolívia é ainda, na opinião de suas autoridades, a oportunidade histórica de transmitir a outras nações experiências como a de defender o acesso à água potável como um direito humano.

Morales alertou, contudo, que a revolução democrática e cultural não deixa de estar ameaçada por quem, desde dentro e de fora apostam agora em confundir e enfrentar os próprios protagonistas da mudança.

Nesse sentido, a descolonização e sua vitória definitiva, afirmou, estão ligadas, de forma indissolúvel, à necessária unidade dos setores mais humildes, tal como foi concebida pelos idealizadores da nação sul-americana.

Fonte: Prensa Latina