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Líder desafia imprensa procurar informações sobre denunciante

“Nesse momento de debate, há uma lacuna que é conhecer esse João Dias. Ele recebeu crédito muito grande da Revista Veja, que tem nele a única fonte das denúncias”. Essa é a conclusão do líder do PCdoB na Câmara, deputado Osmar Júnior (PI), nas diversas entrevistas concedidas à imprensa sobre as denúncias contra o ministro do Esporte, Orlando Silva, veiculadas pela Revista Veja neste final de semana.

Ele acredita que isso será feito pela Polícia Federal (PF), cuja investigação foi solicitada pelo próprio ministro. Essa atitude, e todas as outras já adotadas por Orlando Silva, “são próprias de uma pessoa que não tem medo da verdade que vai surgir das investigações”, diz o líder comunista.

Ao mesmo tempo, alfineta a grande mídia, ao declarar que “assim como está buscando informações sobre o ministro e a atuação do PCdoB, a imprensa deve procurar também essas informações (sobre quem é João Dias)”. “O Brasil precisa conhecer o acusador”, enfatiza o parlamentar.

Em nota, o Ministério do Esporte explicou que o policial militar João Dias, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte, para atendimento a crianças e jovens, dentro do Programa Segundo Tempo.

Como não houve cumprimento do objeto, não só o ministério determinou a suspensão dos repasses, como o ministro Orlando Silva determinou, em junho de 2010, a instauração de Tomada de Contas Especial, enviando todo o processo ao TCU. O ministério exige a devolução de R$3,16 milhões, atualizados para os valores de hoje.

Esclarecimentos públicos

Entre as atitudes tomadas pelo ministro para esclarecer as denúncias de que foi vítima, foi marcada para esta terça-feira (28) a ida dela à Câmara dos Deputados. Ele participará de uma audiência pública conjunta das Comissões de Fiscalização e Controle e de Desportos e Turismo da Câmara dos Deputados.

“Essa sessão foi antecipada de requerimento anteriormente aprovado para o ministro falar sobre os preparativos da Copa, mas ele falará sobre todos os assuntos, inclusive as denúncias”, explicou o líder do PCdoB.

Para Osmar Júnior, as denúncias contra o ministro são resultado da situação atual, em que o Ministério do Esporte adquiriu muita importância com os preparativos de grandes eventos esportivos – Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas e Para-olimpíadas de 2016.

“A organização da Copa do Mundo mexe com grandes interesses e o Ministério se torna alvo e objeto de cobiça de muitos grupos. Esse é o caldo de cultura onde se formaram essas denúncias”, analisa o deputado, enfatizando que “o papel que o Ministério do Esporte desempenha hoje no Brasil é muito importante, com interferência na sociedade e na economia”.

Sem medo da verdade

O líder acredita que com as investigações solicitadas pelo próprio ministro e os esclarecimentos que prestará ao Brasil, por intermédio da Câmara dos Deputados, o ministro tem condições de permanecer no cargo “e ir até o fim na gestão do esporte no Brasil”, afirma o líder Osmar Júnior.

“Nós, do PCdoB, pretendemos continuar apoiando o governo da presidente Dilma”, disse o líder partidário, destacando que foi da Presidente Dilma a iniciativa de nomear Orlando Silva como ministro. “E o ministro já demonstrou competência, responsabilidade e compromisso com os interesses do país. O ministro tem todas as qualidades para continuar e ir até o fim na gestão do esporte no Brasil”, avalia.

E anunciou que, entre as atitudes adotadas pelo Ministro do Esporte, foi protocolado, nesta segunda-feira (17) solicitação ao Ministério Público Federal (MPF) para que instaure processo de investigação. “Isso demonstra que ele não tem medo do que vai ser encontrado. Ele afirmou categoricamente que não há prova e não haverá prova porque em nenhum momento praticou ilegalidades ou os crimes denunciado por uma pessoa que não reúne, na nossa opinião, as condições para fazer as acusações feitas”, finalizou.

De Brasília
Márcia Xavier