Palestra marca 50 anos de secretaria regional da SBPC

Durante a cerimônia de comemoração dos 50 anos da Secretaria Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na manhã desta segunda-feira (12/09) o secretário estadual Marcelino Granja salientou a importância desempenhada pela SBPC no processo de amadurecimento da democracia brasileira. “A SBPC sempre funcionou como instrumento de conexão dos homens e mulheres que desenvolvem ciência com o universo da política”, afirmou.

“E nesse sentido foi um sujeito importante na superação do período de exceção pelo qual passou nosso país”, completou.

Marcelino ainda salientou que o Brasil vive um novo desafio. “Há no Brasil, de forma geral um consenso de que precisamos nos desenvolver. Mas para isso precisamos criar as condições para que a inserção e o crescimento econômico sejam feitos de forma soberanas e democratizantes”, afirmou. “Para que isso aconteça, disse o secretário de C&T será necessária uma pequena revolução política, que passa por resolver problemas como o da universalização da educação básica. “Essa é uma conta bilionária, mas aqui estamos no campo das idéias e nesse sentido a SBPC tem ainda uma importante contribuição a fornecer à sociedade brasileira”, disse.

A cerimônia, realizada no auditório da Fiocruz, no Campus da Universidade Federald e Pernambuco, foi encerrada com uma palestra do ex-ministro e professor Sérgio Rezende, que tratou da Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento científico do Brasil. Em sua apresentação, o professor Rezende explorou as mudanças pelas quais passou o sistema brasileiro de ciência e tecnologia nos últimos anos e os desafios que devem surgir.

“Houve nos últimos anos uma clara mudança na política federal de estímulo à ciência e desenvolvimento, com o uso dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; também criou-se um ambiente de inovação nas empresas através da Lei do Bem, da Lei de Inovação, de incentivos fiscais, com mais recursos via FINEP e Ministério da Ciência e Tecnologia e com a criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia”, afirmou.

“Isso se reflete no aumento no número de doutores formados nos últimos anos, em torno de 13 mil; e de mestres, em torno de 40 mil. Cinqüenta anos atrás 5 mil pós-graduandos se formavam anualmente. Hoje estamos na faixa de 50 mil. Além disso, nossa produção científica aumentou muito, já produzimos mais artigos que a Rússia e a Holanda”.

Para o professor do Departamento de Física da UFPE, novos desafios se apresentam nos próximos anos: “precisamos agora melhorar a qualidade da produção científica e tecnológica brasileira e isso requer mais profissionais de alta especialidade disponíveis, o que por sua vez implicará a necessidade de uma educação básica de melhor qualidade e também o incentivo continuado à inovação nas empresas”, finalizou.

Fonte: Site da Secretaria de Ciência e Tecnologia