Acaba a greve nos bancos privados BB e Caixa na Bahia

Após 21 dias de greve, os bancários da rede privada, do Banco dos Brasil e da Caixa Econômica Federal voltaram ao trabalho nesta terça-feira (18/10), em toda a Bahia. O fim do movimento foi decidido em assembléia na noite de ontem, em Salvador, quando a categoria aceitou a proposta, de 9% de reajuste e outros benefícios, apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), BB e Caixa. A paralisação continua apenas no Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

Segundo a avaliação do Sindicato dos Bancários da Bahia, a greve foi vitoriosa. “Foi graças à força da categoria, que em 21 dias fechou mais de 9 mil agências em todo o país, que a Fenaban e os bancos públicos foram obrigados a melhorar a proposta apresentada. O índice de reajuste, de 9%, embora muito longe do ideal, representa avanços, pois inicialmente, os bancos queriam pagar 7,8%, ou seja, a reposição da inflação”, informou o presidente do SBBA, Euclides Fagundes.

“O piso salarial de R$ 1,4 mil também é outra importante conquista. No início dos debates, a Fenaban não aceitava nem discutir o assunto. A Participação nos Lucros e Resultados também será maior, com o aumento da parcela fixa básica para R$ 1,4 mil (reajuste de 27,2%) e do teto da parcela adicional de R$ 2,8 mil (reajuste de 16,7%). As melhorias só vieram porque os bancários mostraram união e fizeram da greve a maior dos últimos anos”, acrescentou Fagundes.

Para o SBBA, na Bahia, a adesão dos trabalhadores foi surpreendente. No primeiro dia de paralisação, em 27 de setembro, os baianos fecharam 346 unidades bancárias. Aos poucos, os funcionários foram aderindo ao movimento e, no quarto dia de paralisação, o Estado contava com 605 agências fechadas. “Nem mesmo o assédio moral e as ameaças de demissão foram capazes de impedir a participação da categoria. Do interior chegavam, a todo o momento, mensagens de apoio e informações sobre a paralisação nos municípios. Eram bancários que faziam questão de engrossar a luta contra a enrolação da Fenaban e por uma proposta decente. Agora, é hora de voltar ao trabalho. Mas, a luta contra os abusos dos bancos continua e deve ser diária”, ressaltou o presidente do SBBA.

Banco do Nordeste

A greve acabou apenas para os bancários da Caixa, Banco do Brasil e da rede privada, mas a mobilização continua forte no Banco do Nordeste. Os funcionários do BNB da base do Sindicato da Bahia decidiram manter a paralisação por considerarem a proposta apresentada pelo banco na negociação de ontem fraca, rebaixada e sem avanços significativos.

“A lista de pendências da instituição financeira é grande e pelo jeito, sem previsão para serem solucionadas. Entre elas, isonomia, PCR (Plano de Cargos e Remuneração) digno, dignidade previdenciária, reposição das perdas salariais, fim das terceirizações abusivas e convocação dos concursados, entre outras. Os trabalhadores estão cansados de não terem as reivindicações atendidas. A greve continua até que a gente arranque uma proposta digna. Todo ano é essa falta de respeito”, diz o diretor do Sindicato da Bahia e funcionário do BNB, Geraldo Galindo.

De Salvador,
Eliane Costa com informações da Ascom do Sindicato dos Bancários da Bahia.