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Agravamento da crise mundial já afeta emergentes, diz Mantega

O agravamento da situação de economias como a grega e a espanhola vai desacelerar o crescimento europeu e americano, e os efeitos disso já estão sendo sentidos nos países emergentes, disse nesta sexta-feira, 21, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante evento na faculdade de Campinas (Facamp).

“Os [países] mais dinâmicos, principalmente, não estavam sendo afetados por essa crise, mas agora começam a perceber reflexos em suas economias. Há sinais incipientes de que a China possa ter alguma desaceleração. Se diminuírem as importações, afetam emergentes. Mas isso é fenômeno muito recente, que ainda não está bem detectado", afirmou o ministro.

Desaceleração

Ainda de acordo com Mantega, a previsão para os próximos anos, no caso de a crise na zona do euro se agravar, é de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo de 2% nos países desenvolvidos, sem geração de emprego e grande déficit fiscal. Para os emergentes, o cenário é de um crescimento um pouco menor do que o previsto anteriormente, com o Brasil avançando 3,8%. No entanto, o ministro acredita que o país não será muito afetado com a piora do cenário internacional. “Estamos preparados para um aprofundamento da crise mundial.”

No caso do Brasil, Mantega prevê uma taxa de crescimento média de 5% no período de 2012 a 2015. O ministro reafirmou que há necessidade de manter os “fundamentos econômicos” sólidos. Citou como exemplo o fortalecimento da política fiscal, que é onde outros países estão registrando problemas. "Aqui, nós implantamos uma política fiscal sólida. Nesse sentido, nós vínhamos perseguindo um superávit primário de 3%, aumentamos a meta com mais R$ 10 bilhões e fecharemos este ano superávit de 3,3% do PIB", disse o ministro ao acrescentar que 75% da meta para este ano já foi alcançada.

O ministro destacou também que o ajuste fiscal abre espaço para redução de taxa de juros no Brasil e lembrou que na última quarta-feira o Banco Central cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 11,50% ao ano. Ainda assim, segundo ele, a taxa de juros no Brasil é uma das maiores do mundo, o que oferece vantagens e desvantagens para as autoridades econômicas em relação a outras economias. A vantagem é que o Banco Central brasileiro tem espaço para cortar juros e a desvantagem é ainda termos juros elevados.

Segundo Mantega, a dívida brasileira em relação ao PIB tem diminuído, enquanto em outros países está aumentando. Ele lembrou que a dívida na proporção do PIB caiu de 40,2% no ano passado para cerca de 39% em 2011.

Com agências