Publicado 22/10/2011 10:53 | Editado 04/03/2020 16:30
Acompanhamos na última semana os escândalos que envolveram o Governo Federal, mais diretamente envolvendo o Ministro dos Esportes, Orlando Silva. Junto com a “crise” do Governo, vimos o poder das mídias sociais pautando, de maneira aguerrida, as mídias offline e fazendo contraponto às acusações divulgadas nas mídias de massa.
Enquanto a Globo e a Veja se preocupavam com as acusações contra Orlando Silva, na internet um movimento silencioso se organizava: de tweet em tweet, DM em DM, SMS em SMS e boca-a-boca. O start foi dado no Twitter às 18h do domingo, 16/10, com o perfil da União da Juventude Socialista convocando “COMEÇOU, vamos juntos #SouOrlandoSouBrasil”.
Pronto, era o chamado que milhares de jovens conectados esperavam para iniciar uma das maiores campanhas em defesa da honra e contra as acusações feitas por um grande veículo de comunicação. Enquanto o Fantástico se preocupava em “encher linguiça” com sua matéria pífia sobre o caso, milhões de jovens e parlamentarem de grande porte aderiram à campanha através do Twitter.
Aldo Rebelo disse “A globo move montanhas para parir um rato”, deixando clara sua opinião sobre a matéria veiculada no Fantástico que parecia ter milhões de revelações e por fim não apresentou nenhum argumento plausível.
Enquanto a “grande” mídia fazia seu circo em torno de especulações, a mídia social, que não tem mediação de grandes empresas ou grupos de interesse, fazia o verdadeiro papel democrático de comunicação. Embate de opiniões, luta de ideias e compartilhamento de informações marcou o domingo para muitas pessoas.
A repercussão foi tão grande que em poucas horas a hashtag #SouOrlandoSouBrasil chegou a emplacar o primeiro lugar dos Trends Topics Brasil (TTsBR) e se manteve por cerca de três horas. Um feito gigantesco, levando em consideração que empresas de grande porte gastam pequenas fortunas para conseguir um resultado parecido.
Em resposta a essa enorme mobilização virtual, que chegou a enviar 11 milhões de mensagens para o mundo com a hashtag #SouOrlandoSouBrasil, sites como UOL, Terra, G1 e outros acirraram os dentes e jogaram mais acusações através de seus portais e canais de comunicação.
Mais uma vez a guerrilha virtual foi deflagrada. Tags como #VejaMente #OrlandoFactsbyVeja e #SouBrasilSouOrlando mais uma vez emplacaram os Trends, mostrando a resposta imediata de uma militância digital preparada e muito bem organizada.
Nesse meio tempo, entre guerrilha virtual e ataque das mídias de massa, o PCdoB, partido do Orlando Silva, preparou um programa partidário para gerenciar a crise e usar a mídia de massa, pela primeira vez nessa história, a seu favor. Deixando assim as grandes mídias cercadas por quase todos os lados.
Com isso, fica clara a importância e o papel da internet na política e na mobilização para um eventual gerenciamento de crises. É chegada a hora de a militância ter sim uma formação voltada para esse novo momento, onde internet se torna um campo de batalha e embate político.
Preparem-se: 2012 não será o fim do mundo, será o começo de uma nova militância, a militância 2.0.
* Thallis Cantizani é Estudante de Publicidade e Propaganda e Social Media do mandado do Deputado Federal Chico Lopes (PCdoB-CE)
Confira a seguir o programa nacional do PCdoB