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Unesco vota pedido de adesão plena de palestinos

A Unesco, agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para a cultura e a ciência, decidirá nesta segunda-feira (31) se concede o status de membro total aos palestinos no órgão, em uma votação que pode impulsionar a tentativa da Palestina de ser reconhecida como Estado pleno de direito perante a ONU.

A Unesco é a primeira agência da organização em que os palestinos buscam integração como membro total desde que o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, entrou com o pedido de assento na ONU, em 23 de setembro.

Os Estados Unidos já disseram que vetariam a reivindicação palestina na ONU e também são os principais opositores, com Israel, aos pedidos de que os palestinos sejam membros totais de outros órgãos.

Os palestinos poderão integrar a Unesco se conseguirem apoio de dois terços dos 193 membros, independentemente do status dentro das Nações Unidas, onde atualmente eles são classificados como "entidade observadora".

O ministro de Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Riyad al-Malki, disse no domingo (30) que esperava obter o apoio necessário. A Unesco informou que a votação na conferência geral em Paris deve acontecer no meio do dia, mas que levaria algum tempo.

Quarenta representantes do conselho de 58 membros votaram a favor de colocar a questão em votação no início do mês, com quatro deles — EUA, Alemanha, Romênia e Letônia — votando contra e 14 se abstendo.

Uma admissão será vista pelos palestinos como uma vitória moral na tentativa de obter a condição de membro pleno da ONU, mas teria um custo para a Unesco.

Os norte-americana já avisaram, em tom de ameaça, que, de acordo com uma lei do país, a admissão dos palestinos como membro pleno da Unesco levaria a um corte no financiamento proveniente dos EUA, cuja contribuição representa 22% da verba total da agência.

Washington se opõe ao pedido palestino de uma cadeira na ONU sob o argumento de que isso não ajudaria nos esforços de reviver as negociações de paz com Israel, que sofreram colapso no ano passado. Já Israel afirma que o pedido palestino seria uma politização da agência e que minaria a capacidade de cumprir seu mandato.

Os palestinos, por outro lado, avaliam que o Isarel já deu muitas provas de que não resolverá o impasse com a palestina por meio do diálogo. Pelo contrário, continua construindo colônias em território ocupado palestino.

Com Folha de S.Paulo