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Dilma diz não à guerra cambial, à recessão e ao desemprego

A presidente da República, Dilma Rousseff, disse na noite de segunda-feira (31) que a posição do Brasil na reunião do G20, a se realizar em Cannes, França, nos próximos dias 3 e 4, será a de cobrar medidas “urgentes e emergenciais” de combate à crise e, também, um “plano de sustentação do crescimento”. Para a presidente, os europeus, neste momento, devem encontrar uma solução rápida para o problema.

“Inegavelmente a solução imediata da crise, apesar de ser responsabilidade dos países avançados, é, neste momento, particularmente dos europeus”, ressaltou a presidente ao participar de uma premiação para empresários promovida pela revista Carta Capital. “Nós sabemos como é importante que as soluções não tardem, não demorem. É muito importante que nós tenhamos clareza dos problemas e possamos resolvê-los de imediato”, completou.

De acordo a presidente, apesar de o Brasil ter sido pouco afetado pelas “turbulências” até o momento, uma crise longa fatalmente causará efeitos maiores sobre a economia nacional. Por isso, defendeu que as nações mais desenvolvidas economicamente adotem ações de estímulo para combater a recessão. “Estímulos ao crescimento, ao emprego das populações de todos os países do mundo, são bons instrumentos para que possamos superar e controlar a crise”.

Esse tipo de ação, ressaltou Dilma, não é uma “opção ideológica”, mas uma questão de adotar a saída mais eficiente para o problema. “Vamos deixar claro na reunião do G20 que não acreditamos que a crise será superada com a guerra cambial e a velha receita da recessão e do desemprego”.

Para exemplificar o sucesso brasileiro de combate à recessão, a presidente citou o desempenho da economia nacional na crise de 2008, que superou as dificuldades com “ investimentos, desonerações tributárias e estímulo ao consumo e ao crescimento”.

Nas reuniões do G20 e do Brics, a presidente deve destacar que o combate aos seus efeitos devem ser associados à adoção de políticas inclusivas, de investimentos em geração de emprego e renda e da suspensão de quaisquer ações protecionistas.

No discurso, a presidente deve ressaltar que o Brasil se dispõe a colaborar na busca por soluções para os impactos da crise e que as medidas não podem afetar a estabilidade global. Para o governo brasileiro, a crise teve uma origem específica – nos Estados Unidos e depois expandiu-se para a Europa – e não pode contaminar todos os países da mesma forma.

Dilma pretende ainda mencionar a necessidade de buscar alternativas de desenvolvimento econômico sustentável e que as oportunidades serão debatidas na Conferência Rio+20, no Rio de Janeiro, de 28 de maio a 6 de junho de 2012.

O governo brasileiro considera que a Rio+20 será a maior conferência mundial sobre preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e economia verde e deverá definir um novo padrão para o setor. Mais de 100 presidentes da República e primeiros-ministros estarão presentes.

É a segunda vez que Dilma participará de uma Cúpula do G20. Em novembro de 2010, em Seul (na Coreia do Sul), acompanhada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma foi apresentada por ele como “a futura presidente do Brasil” dirigindo-se aos presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da França, Nicolas Sarkozy.

Nas reuniões específicas, deverão ser discutidos temas como regulação financeira, agricultura, energia, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. Também estarão em pauta a educação, o combate à pobreza e o estímulo à redução das desigualdades sociais, assim como o respeito à defesa e à preservação dos direitos humanos.

Com informações da Agência Brasil