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Israel recebe críticas por acelerar construções de assentamentos

O governo israelense foi alvo de duras críticas nesta quarta-feira (2), um dia depois de anunciar uma retaliação à admissão dos palestinos à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Assentamento israelense de Qedar, na Cisjordânia / Foto: Reuters

Em resposta à vitória palestina na agência cultural da ONU, Israel ordenou a aceleração das construções em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia e congelou provisoriamente a transferência de recursos à Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Uma autoridade norte-americana que não quis ser identificada afirmou que o governo do presidente Barack Obama está “profundamente desapontado” com o anúncio de Israel. Ainda não houve pronunciamento oficial dos Estados Unidos sobre o assunto.

O chanceler britânico, William Hague, chamou a decisão israelense de "provocação”. “Esse programa de assentamentos é ilegal pela lei internacional e o anúncio mais recente de uma série de anúncios provocativos e que não ajudam em nada”, afirmou, em comunicado.

Por meio de seu porta-voz, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que a construção de assentamentos em territórios ocupados “é injustificável e ameaça o objetivo que todos devem buscar: uma solução de dois Estados”.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França, Bernard Valero, afirmou que a colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental é “ilegal e constitui uma ameaça para a solução de dois Estados”.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, afirmou que a decisão de Israel é “preocupante” e pediu que o governo volte atrás em sua decisão.

Uma autoridade israelense disse que a nova construção é uma resposta às medidas unilaterais recentes dos palestinos, dando como exemplo a aceitação na Unesco – um órgão-chave da ONU. Em 23 de setembro, o presidente da ANP, Mahmud Abbas, pediu ao Conselho de Segurança da ONU o reconhecimento de um Estado palestino. A medida deve ser votada ainda neste mês. Depois da entrada na Unesco, os palestinos estudam os procedimentos de adesão a outras 16 agências da ONU.

Os palestinos reivindicam o fim de todas as construções nos assentamentos israelenses antes de as negociações de paz serem retomadas. Israel rejeita isso como precondição, insistindo que a questão dos assentamentos será resolvida quando as fronteiras forem definidas durante as conversações.

Fonte: iG