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Justiça notifica alunos da USP sobre reintegração de posse

Os estudantes que ocupam o prédio da administração central da Universidade de São Paulo (USP), no campus Butantã, foram notificados por um oficial de Justiça, por volta das 17h desta sexta-feira (4), da reintegração de posse da reitoria, que ocupam desde quarta (2). A Justiça determinou na quinta (3) a reintegração.

Nenhum dos estudantes, porém, aceitou receber a notificação. O mandado foi, então, lido e o oficial de Justiça Valdemir Maciel declarou que os alunos estavam “oficialmente intimados”. Eles devem deixar o local em até 24 horas. 

O documento também convoca dois representantes dos ocupantes para uma audiência amanhã (5), às 10h, no Fórum Hely Lopes Meirelles, no Centro de São Paulo.

Pouco antes de o oficial chegar, Magno de Carvalho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da UNS (Sintusp), disse que os alunos continuarão no prédio. “Já foi decidido que esta ameaça violenta de reintegração de posse não será acatada [pelos ocupantes]. O movimento irá resistir.”

Hoje, no final da tarde, a reitoria cortou a energia elétrica e a internet do prédio. A diretoria do Sintusp alertou que alguns estudantes estavam tentando ligar um gerador: “Em outras ocupações, o gerador já foi utilizado. Mas há alunos tentando operá-los sem saber. Se acontecer algo com eles, a responsabilidade será da reitoria”.

Farsa

Uma reunião entre a direção da universidade, alunos e Sintusp terminou sem acordo. Os assuntos debatidos foram a saída da PM do campus e a revisão dos processos abertos pela universidade contra estudantes e servidores. Por causa do impasse, a ocupação do prédio da reitoria continua.

“Propusemos a criação de um grupo de trabalho misto com a reitoria, estudantes e funcionários para detalhamento do convênio da PM e de um plano de trabalho. No entanto, eles (estudantes) aparentemente não aceitaram”, disse o professor de geografia Wanderley Messias, superintendente de relações institucionais da USP.

Para o diretor do Sintusp Carvalho, o encontro que ocorreu no prédio da geografia, convocado pela direção da universidade. foi uma “farsa”. “Eles disseram que estavam dispostos a analisar a questão dos processos na segunda-feira (7). Depois do intervalo, quando voltaram, falaram: ‘Desocupem a reitoria que a gente volta a conversar’”, afirmou Magno. Ele completou em seguida: “Isso não é negociação. Foi uma farsa para dizer que sentaram com os funcionários antes de mandar a PM para massacrar estudantes e funcionários. Acho que estão apostando em um confronto sangrento", afirmou ele sobre a presença da PM.

Participaram da reunião cinco estudantes, um professor da Faculdade de Direito – indicado por alunos para a negociação – e dois diretores do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), além de dois professores representando a reitoria – Wanderley Messias, da geografia, superintendente de Relações Institucionais da universidade, e Alberto Amadio, da educação física e membro do gabinete do reitor.

com agências