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Em virada heróica, Bahia arrasa São Paulo

O São Paulo conheceu neste sábado o significado da mística e força do Esporte Clube Bahia, que aplicou no time do Morumbi uma virada épica. 4 a 3 no Estádio Pituaçu lotado e em festa.

O Tricolor de Aço, como é conhecido o mais popular time do Norte e Nordeste e um dos mais queridos do Brasil, aplicou a virada no mais tradicional estilo Osório Vilas Boas (1914-1999).

As novas gerações não conhecem, mas o popular ex-presidente do Bahia (1958 a 1960 e de 1961 a 1969) tinha um bordão, uma espécie de vaticínio (ou maldição, para os adversários): “Para o Bahia o jogo só termina depois dos 90”. Osório esteve à frente do Bahia na conquista da primeira Taça Brasil, em 1959, contra ninguém menos que o Santos de Pelé.

Ontem o estádio de Pituaçu reviveu os momentos de glória do octogenário clube fundado em 1931. O Bahia não faz um bom campeonato e corria o risco de entrar na zona do rebaixamento. A vitória deu aos donos da casa mais fôlego no campeonato. O time está sete pontos à frente do Ceará, primeiro integrante da zona do rebaixamento. A festa de Pituaçu se estendeu noite adentro e pela madrugada baiana.

Já para os paulistanos a viagem a Salvador se converteu num amargo pesadelo. Além de estar definitivamente afastado da disputa pelo título do Brasileiro de 2011, o Tricolor do Morumbi corre o risco de ficar fora da Libertadores de 2012.

A derrota deste sábado aumenta a crise do São Paulo. Já são nove jogos sem vitória pelo campeonato brasileiro. O novo treinador, Emerson Leão, completou seu terceiro jogo no comando do time tricolor sem triunfos.

Na opinião do comentarista esportivo Vitor Birner, que também é são-paulino, “Os jogadores do Bahia devem ter orgulho da vitória. Os do São Paulo, se forem profissionais de verdade, estão com vergonha. Sobraram garra e personalidade aos atletas [do Bahia], exatamente as virtudes que faltam ao time do São Paulo”.

O Jogo

O São Paulo teve dificuldades no início da partida por causa da defesa bem postada do Bahia que não dava espaços. A equipe da casa se mostrava mais organizada, enquanto a esquadra paulistana sofria com a falta de criatividade do seu meio de campo. Apesar disso, os visitantes abriram o placar, com um golaço do volante Wellington.

Depois teve lugar um dos melhores segundos tempos de todo o campeonato. Um jogo eletrizante, carregado de lances ofensivos, que resultaram em seis gols. Com menos de um minuto, o Bahia empatou com Souza. O time de Leão não se abalou e Lucas, um dos raros destaques do time do Morumbi, fez outro golaço para o São Paulo, que cresceu na partida e conseguiu ampliar o placar para 3 a 1.

A partir daí o São Paulo cometeu o ledo engano de supor que a vitória estava assegurada. Os paulistanos de fato não conheciam a “maldição Osório”.

O Bahia passou a uma espetacular reação ofensiva. “Inacreditável”, diziam locutores e comentaristas do sistema midiático da Globo. Nikão assumiu o comando da reação com suas precisas assistências. Uma delas serviu Lulinha, que marcou um gol de raça aos 22 minutos do segundo tempo.

O crescimento do Bahia e o incêndio da torcida que lotava o Pituaçu abateu e levou ao descontrole os comandados de Emerson Leão. Aos 28 minutos Fahel empatou o jogo. Dez minutos depois, num cruzamento de Nikão, numa demonstração de que a zaga paulistana estava completamente desnorteada, o zagueiro Luiz Eduardo marcou contra. Estava selada a vitória do Tricolor baiano.

Da Redação