Governo gaúcho garante apoio à implantação do Hospital Regional

Aconteceu nesta última quinta-feira (3) em Porto Alegre audiência da Comissão Especial sobre a possibilidade da implantação do Hospital Público Regional de Cruz Alta com o Secretário Estadual de Saúde, Dr. Ciro Simoni.

Governo estadual garante apoio à criação do Hospital Regional - Divulgação

O encontro mostrou força política do movimento, que contou com a participação de várias lideranças, como Prefeitos, Vice-Prefeitos, Secretários, Vereadores e Empresários da região, os Deputados Federais Assis Mello, Dionilson Marcon, Elvino Bonn Gass e Luiz Noé abraçaram a causa juntamente com os Deputados Estaduais, Jurandir Maciel, Pedro Westphalen, Raul Carrion, Valdeci Oliveira e Zilá Breitenbach. Além da Reitora da Universidade de Cruz Alta, O Presidente da ACI de Cruz Alta, da União das Associações de Moradores de Cruz Alta – UAMCA, assim como os representantes da Associação dos Municípios do Alto Jacuí – AMAJA, Conselho Regional de Desenvolvimento do Alto Jacuí, Consórcio Intermunicipal do Alto Jacuí – COMAJA, Associação das Câmaras de Vereadores do Alto Jacuí – ASCAMAJA entre outras entidades e lideranças.

A Presidente da Comissão Especial, Vereadora Elisabeth Zavaglia Silva, a Professora Bebeta apresentou na audiência os dados referentes à região composta pelos 43 municípios mapeados como base para o trabalho, contendo uma população de 583.735, que mostram um território vazio em termos de serviços que satisfaçam minimamente os usuários do SUS, demonstrando com isso a necessidade da Implantação do Hospital Público Regional proposto.

Segundo a Vereadora Bebeta, os leitos de UTIs neonatais são muito centralizados e mal distribuídos, pois a maior parte desses equipamentos estão concentrados na Região Metropolitana e poucos são os existentes no resto do estado. Para se ter idéia da extensão do problema, considerando os 43 municípios mapeados, existem apenas 16 leitos de UTI das 370 UTIs neonatal do Estado.

“Além da falta de leitos de UTIs pediátricas e neonatais, que a oferta deveria ser de 4 vagas por mil nascimentos segundo o padrão estabelecido pelo Ministério da Saúde e, embora no Estado a média seja de 3,7 para mil nascimentos, cobertura que se torna inadequada devido a concentração já sublinhada, muitos outros gargalos são evidenciados pelas informações levantadas, mas as que mais se destacaram foram as consultas especializadas, exames, procedimentos ambulatoriais e internações a espera de agendamento no município de referência. As consultas especializadas respondem por quase 50% da demanda reprimida e depois vêm as cirurgias eletivas, sendo as mais solicitadas as de visão, aparelho digestivo, circulatório e de mama” disse ela.

Segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios, em torno de 500 mil procedimentos de saúde aguardam atendimento em nosso estado, sendo que 47% se referem a pacientes em uma fila invisível para consultar principalmente especialistas de ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia.

“A Comissão Especial, com base em dados pesquisados no Ministério da Saúde, no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES, em relação à região mapeada visando à implantação do Hospital Público Regional, constatou as seguintes informações: dos 43 municípios relacionados 18 não possuem hospital e 25 possuem, contando com 1.215 leitos e 16 leitos de UTIs neonatal pelo SUS. Dos 25 hospitais 19 são privados filantrópicos e ofertam 1.106 leitos pelo SUS, ou seja, 98% dos leitos, e os outros 6 são municípios com hospitais públicos próprios que ofertam 109 leitos pelo SUS, ou seja, 2% dos leitos. Como se observa, os hospitais privados que deveriam prestar um serviço complementar, estão fazendo o principal, que pela constituição compete ao Estado. Com esta situação a demanda reprimida não poderia ser diferente do que ocorre em todo o estado e se deve exclusivamente pela concentração dos hospitais públicos e as especialidades na Região Metropolitana, sendo que a solução passa pela regionalização da saúde e que necessita de uma resposta imediata” relatou Bebeta.

Para a Vereadora, estes dados iniciais e parciais já são suficientes para demonstrar que a propalada prática da ambulancioterapia não é culpa dos prefeitos municipais e sim dos que governaram o estado e nada ou pouco fizeram, até o momento, para garantir infraestrutura regionalizada para o atendimento dos usuários do SUS mais próximos de suas cidades.

Para o relator da comissão, Vereador Ademar Guareschi (PT), a reunião em Porto Alegre foi produtiva e extremamente representativa, o que segundo o relator mostra a disposição e a articulação regional para a conquista do hospital. “A participação de cinco deputados estaduais, quatro federais, três prefeitos, além da grande mobilização dos colegas vereadores, independente de partido, mostra que esta obra é uma necessidade pra região e nós estamos convictos que seremos atendidos” acredita.

O Deputado Pedro Westphalen, um dos primeiros a se manifestar, se dirigiu ao secretário dizendo da importância da implantação deste Hospital Público para a região, destacando a forte mobilização e que isso é um demonstrativo da necessidade desta reivindicação.
           
Um dos momentos marcantes da Audiência foi na fala do Deputado Estadual Valdeci Oliveira, onde mostrava um quadro com a foto do Hospital Público de Santa Maria e foi interrompido pelo Secretário de Saúde Ciro Simoni, “O próximo quadro que vai estar aí, vai ser a do Hospital Público Regional de Cruz Alta” disse, sendo um dos momentos que indicava da possibilidade de sucesso da mobilização.

De acordo com Ciro Simoni, hoje existem quatro projetos prioritários de construção de Hospitais Públicos, não podendo esquecer dos já existentes que precisam ser fortalecidos. “Precisamos acumular este estudo, para chegarmos bem tecnicamente ao Ministério da Saúde, já que politicamente estamos bem”. Disse Simoni, a deputada Zilá Breitenbach, se impressionou com a força da mobilização. “Nunca tinha participado de uma reunião desta pauta que tivesse tantas lideranças políticas e sociais dos mais diversificados setores” disse Zilá. O mesmo sentimento de surpresa foi manifestado pelo Secretário Adjunto, Elemar Sand, médico que foi prefeito de Quinze de Novembro.

O deputado Federal Luiz Noé, ao final do encontro solicitou aos demais colegas da Câmara Federal, que a bancada gaúcha colocasse esta pauta entre as prioridades daquela casa.

De Cruz Alta;
Rodrigo Jesus