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Síria denuncia incentivo dos Estados Unidos à violência no país

O governo da Síria denunciou nesta segunda-feira (7) ações de incentivo à violência realizadas pelos Estados Unidos, que segundo o governo do país estimulam a ação de grupos armados terroristas no país árabe. A denúncia ocorre depois de a oposição síria, acusada de receber financiamento americano, pressionar a ONU para que a organização ocupe a região de Homs, palco de ações violentas dos grupos terroristas.

O ministro de Relações Exteriores sírio, Walid al-Moualem, disse nesta segunda-feira que o pedido dos EUA aos bandos para que não se entreguem às autoridades sírias configura-se em uma "participação direta na sedição e violência na Síria" por parte do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

O governo do país propôs uma anistia aos agressores que se entregassem nas delegacias do país e que não fossem acusados de crimes graves.

Em carta enviada a diversos países e organizações internacionais, e divulgada pela agência Sana, o ministro diz que com essas recomendações os EUA incentivam "os grupos armados a continuar praticando atos criminosos contra o povo sírio e o estado".

A mensagem foi dirigida à Liga Árabe e à Onu, assim como aos chanceleres do Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, nações que ainda não se dobraram às pressões dos Estados Unidos contra a Síria

O ministro disse ainda que as declarações dificultam os esforços para colocar em prática o Mapa do Caminho acertado com a Liga Árabe. Segundo o acordo, aprovado na semana passada, as forças de segurança sírias reduziriam a presença nas ruas mesmo tempo que oposicionistas fossem libertados.

A organização, no entanto, já convocou nova reunião para este sábado para discutir a situação no país, já que várias ações oposicionistas só fizeram aumentar a violência no país.

O Conselho Nacional Sírio (CNS), que reúne vários movimentos oposicionistas, pressiona a ONU e a Liga Árabe para que essas organizações declarem a cidade de Homs uma "zona de desastre", sob pretexto de enviar para lá "assistência médica".

Oposição se prepara para novas ações

O ex-vice-presidente da Síria, Abdul-Halim Khaddam, revelou nesta segunda-feira em Paris que pretende "unificar as várias vertentes de oposição" e usar todos os meios – inclusive a violência – para aplicar um golpe de Estado na Síria.

O Comitê Nacional de Apoio à Revolução Síria foi revelado em Paris nesta segunda-feira com 65 membros fundadores, incluindo advogados, empresários e médicos, bem como Khaddam, que foi figura importante do governo sírio por quase 30 anos.

O grupo, que ainda tem de fazer contato com outros grupos de oposição, como o Conselho Nacional Sírio (CNS), disse que tinha ficado "frustrado" com a incapacidade da oposição de se unir e citou a ausência de pessoas carismáticas para "animar os sírios" a derrubar o governo do país.

"Este comitê não está competindo com ninguém", alega Khaddam, que deixou seu país em 2005. "Nós não queremos desacreditar o CNS ou seus membros e respeitamos todos que estão trabalhando para acabar com os massacres (sic), mas por enquanto a oposição não está unida … e apesar de todas essas iniciativas não temos uma mensagem clara" para realizar um golpe de Estado derrubar o regime."

Khaddam tentou há quatro anos estabelecer um "governo" em exílio, mas não foi seguido por outros grupos de oposição, alguns financiados pelas potências ocidentais. Ele enfrenta ampla desconfiança entre os dissidentes da Síria, que suspeitam de suas intenções por que teria permanecido muitos anos no governo atual.

Da redação, com agências