Vereadora defende que setor privado atenda urgência do SUS

A necessidade de ampliar o debate sobre os serviços de urgência e emergência com a inclusão do setor privado de Salvador foi defendida pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB). A Sessão Especial, realizada nesta quarta-feira (9) na Câmara de Vereadores, contou com a presença do secretário Estadual de Saúde, Jorge Solla, representantes de sindicatos de trabalhadores na saúde, Conselho Municipal de Saúde e lideranças de bairro. A Secretaria Municipal, apesar de convidada, não mandou representante.

A vereadora, que é presidente da Comissão de Saúde da Câmara, defende que o município faça contrato com os hospitais da rede privada para que eles atendam, através do Sistema Único de Saúde, não apenas os procedimentos eletivos, como acontece hoje, mas também façam o atendimento de urgência e emergência da população soteropolitana.

O titular da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), Jorge Solla, lembrou que todos os atendimentos de urgência e emergência na capital são de responsabilidade do estado. O secretário voltou a informar de que a prefeitura de Salvador não investe o mínimo legal. “O estado faz o possível para ajudar Salvador”, afirmou ele. Solla também lembrou a dívida de R$ 38 milhões com as entidades filantrópicas pagas pelo estado e as negociações realizadas na terça-feira (8), em Brasília, com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que asseguraram mais R$ 71 milhões para a capital.

Mesmo reconhecendo os avanços com novos hospitais e melhoria das condições de trabalho e salário do pessoal da saúde, a situação ainda é considerada difícil pelos trabalhadores. Para a enfermeira do Hospital Geral do Estado (HGE) Ângela França, a falta de estrutura vem comprometendo as condições de trabalho e de atendimento dos pacientes. A profissional lembra que desde 2009 solicitam melhorias para o centro cirúrgico do HGE. O resultado é a sobrecarga para trabalhadores, com redução da qualidade do atendimento.

Solla fez um balanço das ações do atual governo e afirmou que, além da rede de atendimento de Salvador ser insuficiente, novos desafios surgem com o crescimento da população. “Antes, os casos de emergência e urgência eram, na sua maioria, provocados por acidentes, como atropelamentos. Hoje, a violência urbana e os acidentes de trânsito, especialmente envolvendo motocicletas, cresceram muito”, ressaltou o secretário. Ele também afirmou que o aumento da expectativa de vida da população também amplia essa demanda por atendimento, já que são mais casos de hipertensão e diabetes, gerando um crescimento de atendimentos na rede pública.

A baixa cobertura do serviço de Atenção Básica de Salvador é um dos responsáveis pela superlotação das unidades de pronto atendimento. A diretora do serviço de Atenção Especializada da Sesab, Ledívia Espinheira, afirmou que a capital possui hoje uma cobertura de 18%, quando deveria ter, no mínimo, 50% de atendimento em unidades de menor complexidade, os chamados postos de saúde. O médico Ivan Paiva, coordenador do serviço completou a frase da diretora afirmando que “essa carência termina acarretando a sobrecarga do SAMU-192”. Ele também cita a baixa qualificação dos profissionais para atendimentos de casos de urgência. “Muitas vezes o paciente é recusado sob a alegação de falta de vagas, quando o motivo real é insegurança do profissional, que sai da universidade sem o devido preparo. Esse ciclo mexe com todo o sistema e termina ocupando ambulâncias com pacientes, quando poderia estar realizando outros atendimentos”, concluiu o médico.

A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) finalizou a sessão afirmando que é necessário tambem a valorização dos trabalhadores do setor.

Fonte: Ascom do gabinete da vereadora Aladilce Souza.