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Unesco suspende programas até fim de 2011, diz agência

A Unesco, a agência cultural da ONU, anunciou nesta quinta-feira que está suspendendo todos os seus programas até o fim deste ano, após a retirada do apoio financeiro concedido pelos Estados Unidos.

Os Estados Unidos, que deveriam entregar à Unesco cerca de US$ 60 milhões em novembro, fornecem 22% do orçamento regular bianual desta organização, que chega a US$ 653 milhões.

O governo americano cancelou o envio dos fundos à agência depois que, em conferência, seus membros votaram a favor da entrada da Palestina como Estado pleno.

A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, anunciou a suspensão da execução de programas, dizendo que a medida vai ajudar em uma economia de US$ 35 milhões, que, com o uso de US$ 30 milhões do capital de giro, vão preencher este ano o deficit de caixa estimado em US$ 65 milhões.

Há apenas cinco dias, Bokova havia assegurado que a Unesco "não estava em crise" financeira devido à suspensão do financiamento dos EUA e que estudava o lançamento de uma campanha de arrecadação de fundos.

A Unesco admitiu no dia 31 de outubro a "Palestina como novo Estado membro", após uma votação em sua 36ª Conferência Geral da organização, em Paris, que constituiu uma primeira vitória diplomática para os palestinos em sua aspiração por se tornar um Estado soberano.

Segundo a porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland, a decisão foi "lamentável, prematura e mina o objetivo comum para um acordo de paz justo e duradouro" entre israelenses e palestinos.

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Para conceder o status de Estado-membro à Palestina, a Unesco necessitava do voto afirmativo de dois terços dos 193 países representados na votação.

A condição anterior dos palestinos era de membro observador. A solicitação de mudança de status é parte da batalha diplomática empreendida pelo povo árabe para que sejam reconhecidos como Estado, o que culminaria em sua tentativa de ingressar na ONU.

A agência é a primeira da organização em que os palestinos buscaram integração como membro total desde que o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, entrou com o pedido de assento na ONU, em 23 de setembro.

Fonte: Folha