Conferência Estadual da Mulher começa neste sábado
A ministra da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, Iriny Lopes, o governador Jaques Wagner, e a secretária Estadual da Mulher, Verá Lúcia Barbosa, são algumas das autoridades que participam neste sábado (12/11), ás 14h, da abertura da 3ª Conferência de Políticas para Mulheres da Bahia. O evento acontece no Centro de Convenções, em Salvador, e deve reunir cerca de 1.200 delegadas de todo o estado até a segunda-feira.
Publicado 12/11/2011 09:36 | Editado 04/03/2020 16:18
Políticas públicas de enfrentamento das desigualdades entre homens e mulheres no mercado de trabalho, combate à violência contra as mulheres, erradicação da pobreza e presença feminina dos espaços de poder estão entre os principais temas em debate no encontro. Fruto de grande esforço de mobilização, a Conferência Estadual foi precedida de 250 etapas municipais e 18 conferências territoriais, que envolveram mulheres de diversos segmentos.
A participação efetiva de quilombolas, trabalhadoras rurais e indígenas nas etapas preparatórias regionais é um dos grandes diferenciais desta Conferência, segundo a coordenadora da União Brasileira de Mulheres (UBM) na Bahia, Daniele Costa. “A Conferência acontece ainda em um momento em que nos celebramos um grande avanço, do ponto de vista das políticas para as mulheres, porque vai ser realizada pela primeira vez pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres. Então, nós temos um organismo no governo do estado, que debate especificamente a questão da mulher na Bahia. Isso para nós, é uma sinalização do quanto é importante esta conferência”, disse.
Plano estadual
A deputada Alice Portugal também ressaltou a criação da Secretaria da Mulher, mas lamentou o fato de que apesar de todos os avanços que as mulheres têm conquistado nos últimos anos, ainda é preciso manter o combate à violência doméstica como um dos principais temas da Conferência. “Este é um momento de afirmação de políticas públicas e um momento também de denúncia da insuficiência da aplicação da Lei Maria da Penha, de denúncia ainda de um alto índice de violência que as mulheres ainda amargam em todo o Brasil e também na Bahia”, destacou.
As discussões acontecem no momento em que a Bahia assume a segunda posição no ranking nacional de atendimentos do Ligue 180, serviço mantido pela Presidência da República, que presta informações e recebe denúncias de violência contra as mulheres. De janeiro a junho deste ano, foram 32.044 atendimentos envolvendo mulheres baianas. Só perdemos para São Paulo, que lidera com 44.499 casos. Outro dado importante é que nos casos de agressão, em 72% das situações, os agressores são os cônjuges das próprias vítimas.
A situação revela a necessidade de efetivar ações que, além de garantir a redução da violência, possibilitem às mulheres o nível de autonomia pessoal plena. Isso passa pela promoção da autonomia econômica, saúde integral, espaço político, equidade salarial com relação aos homens, dentre outras questões. Tudo isso será objeto de discussão no evento, que tem como objetivo final a construção do 3º Plano Estadual de Políticas para as Mulheres, a ser executado nos próximos anos.
De Salvador,
Eliane Costa