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Síria se recusa a participar de reunião da Liga Árabe

A Síria se recusou a participa, nesta quarta (16), de reuniões da Liga Árabe, com base em Rabat, Marrocos, em resposta às ações de vários de seus membros para separá-la da organização regional, salientaram funcionários e meios de comunicação nacionais em Damasco.

Os encontros da Liga Árabe são o Fórum Empresarial Turco-árabe e, além disso, uma reunião solicitada pela Argélia para discutir a decisão do sábado passado de suspender a Síria. O governo de Argel voltou atrás em seu voto inicial e manifestou seu desacordo com tal ação.

O governo sírio disse nesta quarta-feira que, de qualquer maneira, "continuará a desenvolver o seu papel pan-árabe na proteção e preservação do presente e do futuro da Nação Árabe e contra as ameaças contra as causas decisivas."

Um comunicado oficial divulgado pela mídia nacional afirma que "apesar das tentativas destinadas a minar a ação árabe comum e suas instituições, a Síria manterá essa firma postura."

O Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio disse que, desde a adoção da medida de suspender Damasco da Liga Árabe, vários países propuseram soluções para restabelecer a credibilidade e a legitimidade do método de trabalho deste organismo, sob o argumento da extrema importância de que a Síria participe de suas reuniões.

Algumas nações da região, incluindo o Egito, anunciaram não irão retirar seus embaixadores de Damasco, como orientou a resolução do Conselho Ministerial da Liga Árabe no sábado. A Argélia informou o mesmo.

Mas os chamados Estados do Golfo, liderados pela Arábia Saudita e Catar, inclusive rechaçaram o apelo do presidente Bashar al-Assad para realizar uma cúpula do mais alto nível para discutir a questão da Síria e os impactos negativos da sua suspensão da Liga Árabe.

O presidente também sugeriu que a organização regional enviasse uma delegação de observadores para a Síria, para que possa constatar a realidade do país.

O Conselho de Cooperação do Golfo, que inclui Bahrein, Kuwait, Oman, Catar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, estimou que uma cúpula seria inútil neste momento e reiterou o seu apoio à suspensão de Damasco.

Para complementar a posição anti-Síria, o chanceler turco Ahmet Davutoglu, disse ontem ao parlamento desse país que Ancara irá mobilizar as plataformas regionais e internacionais necessárias para combater o governo de al-Assad.

Ele anunciou também que hoje se reunirá em Rabat com os seus homólogos da Liga Árabe para coordenar as ações. Foi relatado que o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, compõe um grupo composto de 500 inspectores, incluindo representantes de grupos da sociedade civil árabe, paraa viajar para a Síria.

Citado pela revista Síria Today, o especialista em direitos humanos Mohamed Faiq disse que este grupo poderia tornar-se um mecanismo para resolver a crise, dado que os países árabes rejeitam a ideia de intervenção internacional.

No entanto, autoridades sírias consultadas pela Prensa Latina expressaram reservas sobre as honestas intenções que podem ter os participantes dessa delegação e a finalidade real com que vêm ao país.

Uma fonte do Ministério da Informação disse à Prensa Latina que, como parte do cumprimento do acordo com a Liga Árabe de 2 de novembro, chegaram ao país 96 jornalistas. Ontem desembarcaram, por exemplo, um repórter da televisão francesa e uma do jornal espanhol El Mundo.

Além disso, depois de um anúncio inicial de que 553 detidos nas revoltas foram libertados, na terça-feira (15) , o ministério informou que o número subiu para 180 mil.

Mas, apesar da implementação dos pontos de acordo, os países que hoje impõem seu domínio na Liga Árabe continuaram estimulando a campanha anti-Síria.

Fonte: Prensa Latina