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Sírios voltam às ruas em repúdio à Liga Árabe

Apesar da chuva gelada, milhares de sírios voltaram às ruas de Damasco e de outras cidades do país nesta quarta-feira (16) para demonstrar seu repúdio à Liga Árabe, que suspendeu o país da organização multilateral e para reafirmar a unidade nacional.

Damasco amanheceu fria e úmida, com o termômetro marcando temperaturas entre 4 e 8 graus Celsius, de acordo com diferentes bairros da cidade. Mesmo assim, desde as primeiras horas da manhã se ouviam o ressoar de tambores e a o cantos de lemas e brados.

A Praça dos Sete Mares foi outra vez palco da concentração de uma enorme massa humana para expressar seu apoio ao governo do presidente Bashar Al-Assad, ratificar o apoio à soberania e independência e à unidade nacional.

Nas principais cidades também foram ouvidas as manifestações pela Síria e Al-Bashar e as condenações à Liga Árabe. Na cidade portuária de Lattakia a demonstração teve dimensões gigantescas, segundo mostram imagens da televisão. Da mesma forma ocorreu em al-Bab e Manbej, na província de Aleppo.

As manifestações de apoio coincidem com a comemoração do 41º da entrada em vigor do chamado Movimento Correcionista.

Esse movimento foi conduzido pelo presidente anterior, Hafez al-Assad, em um momento em que a nação árabe defrontava enormes desafios devido à escalada norte-americana-sionista, recorda a agência de notícias SANA.

Acontece também quando a Liga Árabe realiza um novo encontro, agora em Rabat, Marrocos, para discutir a questão síria, à margem do Foro de Negócios Árabe-Turco.

O governo turco, que de uma postura amistosa se tornou em um dos mais incisivos acusadores da Síria, por meio do chanceler Ahmet Davutoglu disse que se somaria às discussões com os representantes árabes em Rabat.

Davutoglu assinalou ontem que a Turquia "cortaria todos os planos de cooperação com Damasco", inclusive o fornecimento de energia elétrica.

O governo turco também retirou seus diplomatas de Damasco. Nesta quarta, a sede diplomática da Turquia foi alvo de uma chuva de ovos lançados por manifestantes indignados.

A Chancelaria síria ratificou nesta quarta que o país não participou desses encontros como forma de repudiar as intenções de alguns membros dessa organização, de suspender e impor sanções.

A mídia árabe da região informa que alguns estados que fazem parte da Liga Árabe reforçariam as represálias contra Damasco, enquanto faziam referências às contradições entre os 23 estados no posicionamento anti-síria.

Argélia, Líbano, Iraque, Egito e Iêmen anunciaram que não retirariam seus embaixadores como exigiu a resolução de passado sábado.

Diversas manifestações de apoio ao governo do presidente Al-Assad intensificaram-se desde o domingo. Na terça-feira, centenas de pessoas se reuniram diante do escritório da Liga Árabe em Damasco.

Citado pela agência de notícias SANA, um dos manifestantes disse que tal decisão não enfraquecerá a Síria, "muito pelo contrário", incrementará a determinação e o compromisso dos sírios com a unidade nacional e sua posição pan-árabe.

Na praça Omayyad, um grupo de mulheres que cortou os cabelos, prossegue pelo terceiro dia consecutivo uma greve, iniciada na segunda-feira de manhã, em rejeição à decisão do organismo.

No mundo árabe as mulheres cortam o cabelo para demonstrar seu repúdio aos homens. Uma das manifestantes explicou que o ato foi realizado para demonstrar a vergonha que sentem contra a posição de governantes da região que adotaram uma posição anti-síria.

Com informações da Agência Prensa Latina