Teerã responderá a relatório da AIEA sobre programa nuclear
Teerã responderá ao recente relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no qual foi apontado que o Irã trabalhou para desenvolver armas nucleares sem que fossem apresentadas provas de que tenham decidido fabricá-las, informou nesta quarta-feira (16) a emissora de televisão pública "IRIB".
Publicado 16/11/2011 12:11
"Vamos escrever uma carta de análise com respostas argumentadas ao último relatório do secretário-geral da AIEA, Yukiya Amano", disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, que não detalhou quando será enviada, segundo a "IRIB".
A carta será dirigida aos representantes dos países-membros na AIEA e às instituições internacionais envolvidas no caso.
"Amano atuou de forma injusta e sem medir o que dizia", afirmou Salehi, que reiterou que o relatório foi feito sob "pressões de países ocidentais" e "solapou a credibilidade do organismo". Por essa razão, segundo o ministro iraniano, "ninguém acreditou nele".
De acordo com o chanceler, o Irã está em contato com a AIEA "para que a situação não piore, já que trata-se de uma instituição internacional importante, que deve seguir cumprindo suas responsabilidades".
As atividades nucleares do Irã prosseguem, segundo Salehi, que repetiu que o "programa nuclear pacífico iraniano foi desenvolvido ao longo dos últimos dez anos sem parar".
Enquanto diversos países, com os Estados Unidos à frente, acreditam que o programa nuclear iraniano tem fins militares, as autoridades de Teerã reiteraram que seus objetivos são exclusivamente civis, especialmente gerar energia e usos médicos.
No entanto, o Irã deixou claro que não pensa em abandonar seu programa nuclear e lembrou que o enriquecimento de urânio é autorizado pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TPN).
"O Irã atuará com dignidade, sabedoria e de acordo com seus interesses", concluiu Salehi.
O relatório da AIEA sobre o Irã, publicado na terça-feira da semana passada, criou, ainda antes de sua divulgação, uma tempestade internacional na qual personalidades dos EUA, Israel e Reino Unido apontaram para a possibilidade de um ataque a instalações militares iranianas.
Alguns países da União Europeia propuseram que sejam aplicadas mais sanções para frear o programa nuclear iraniano, enquanto a Rússia e a China se opuseram às medidas.
Fonte: Efe