Economia brasileira cai 0,32% no último trimestre
A economia brasileira encolheu 0,32% no terceiro trimestre deste ano em relação ao desempenho verificado entre abril e junho passados, de acordo com informações divulgadas nesta quinta-feira (17) pelo Banco Central (BC). A atividade em setembro mostrou leve recuperação frente a agosto, quando havia registrado retração.
Publicado 17/11/2011 15:48
A estagnação das atividades, que pode evoluir para uma recessão se o quarto trimestre do ano também fechar em queda, reflete os efeitos dos cortes nos gastos públicos, estimados em R$ 50 bilhões, e a elevação das taxas de juros determinadas pelo Banco Central entre janeiro a julho deste ano. Tais medidas foram adotadas sob a justificativa de combater a inflação e manter a estabilidade monetária.
Crise mundial
Mas o agravamento da crise do capitalismo na Europa, percebida só em agosto pelos dirigentes do Banco Central, levou a uma mudança da política monetária, com o BC passando a apostar na redução da inflação e da taxa básica de juros. O governo também promete afrouxar as medidas chamadas macroprudenciais adotadas pela autoridade monetária com o objetivo de restringir a expansão do crédito e, por consequência, do consumo.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) – indicador que reflete o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) – cresceu apenas 0,02% em setembro sobre agosto, para 142,13 pontos, segundo dados dessazonalizados. Em agosto o IBC-Br havia recuado 0,57% ante julho, de acordo com dados revisados para baixo.
Na comparação com igual período do ano passado, o indicador subiu 1,45% por cento em setembro e, em 12 meses, o avanço foi de 3,65 por cento.
Recessão e inflação
O BC vem alertando que a crise internacional pode afetar a atividade econômica do país, aliviando as pressões sobre inflação. Estagnação e recessão nos EUA e na Europa reprimem a demanda e desestimulam movimentos de alta nos preços. Por isso, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) começou um movimento de afrouxamento da política monetária, que já reduziu a Selic em 1 ponto percentual, para os atuais 11,50% ao ano. A expectativa do mercado é de que mais cortes venham e fala-se no governo que a presidente Dilma deseja que a taxa básica caia a 10% até abril, o que seria muito positivo para economia, embora não retire o Brasil da incômoda posição de campeão mundial dos juros reais altos.
A estimativa do BC é de que o PIB brasileiro cresça 3,5% em 2011. Cabe acompanhar o comportamento do último trimestre (outubro a dezembro) para conferir. O dado positivo para o povo e o governo, até agora, é que a forte desaceleração econômica ainda não teve maiores reflexos no mercado de trabalho e a taxa de desemprego continua relativamente baixa.
Com agências