Dia da Consciência Negra: parlamentares refletem sobre racismo
O Dia Nacional da Consciência Negra foi comemorado pelo Senado, nesta segunda-feira (21), com uma sessão especial. Na Câmara, o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) anunciou que fará pronunciamento, na sessão desta terça-feira (22), para comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra. O parlamentar adiantou que vai refletir sobre os passos que o país tem dado no sentido de combater o racismo, a intolerância e o preconceito racial.
Publicado 21/11/2011 17:11
A solenidade no Senado serviu para festejar o Ano Internacional dos Afrodescendentes, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU); os 23 anos de criação da Fundação Cultural Palmares e o primeiro ano de vigência do Estatuto da Igualdade Racial. Os parlamentares também homenagearam o ex-senador Abdias do Nascimento, que se dedicou à luta contra o racismo.
O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado na data em que o líder negro Zumbi, que comandou o Quilombo de Palmares, foi morto: 20 de novembro de 1695. A data foi instituída por lei de 2003, que também tornou obrigatório o ensino de história e cultura afrobrasileira nas escolas.
Celebrar a democracia
Para Daniel, o 20 de Novembro traz em si a representação de uma data de grande valor simbólico e que precisa está acesa na memória dos brasileiros. “É um momento de reflexão sobre o comportamento social do país, do ponto de vista das relações raciais”, afirma.
“Precisamos abraçar a luta pela reparação e construir um ambiente de igualdade e oportunidades, celebrando em definitivo, a democracia, com a inclusão de todos”, destacou o deputado.
Daniel Almeida é autor da lei que instituiu o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, em 21 de janeiro. Segundo ele, as duas datas reforçam as lutas dos negros brasileiros, por uma sociedade mais justa e sem desigualdade.
Discursos e músicas
A cerimônia no Senado foi marcado por discursos e músicas. Iniciada com o Hino Nacional, em seguida, houve a apresentação de versões das canções Sorriso Negro, de Décio de Carvalho, Dona Ivone Lara, Hermínio Bello de Carvalho e Silas de Oliveira; e Zé do Caroço, de Leci Brandão, executadas pela Orquestra Batucadas de Zumbi. No encerramento, o mesmo grupo tocou uma versão do Hino Nacional, executada com tambores e outros instrumentos de percussão.
O senador Paulo Paim (PT-RS), um dos autores da solicitação da sessão solene, disse que “Zumbi não morreu. Cortaram a sua cabeça, mas os seus ideais continuarão a guiar a cruzada da liberdade, da justiça e da igualdade”, disse Paulo Paim.
Para Lídice da Mata (PSB-BA), a data é o principal marco da luta da comunidade afrodescendente brasileira contra o racismo. “A data tornou-se um fórum permanente de análises, discussões e debates, em busca de soluções para questões a que a sociedade e o Estado ainda não deram respostas satisfatórias”, salientou.
De Brasília
Márcia Xavier
Com agências