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Filhos de estrangeiros nascidos na Itália podem ganhar cidadania

O novo ministro de Cooperação e Integração italiano, Andrea Riccardi, anunciou que está em estudo uma lei para conceder cidadania aos filhos de pais estrangeiros nascidos na Itália. O presidente da República italiana, Giorgio Napolitano, iniciou nesta terça (22) o debate, ao classificar como "loucura" e "absurdo" o fato de crianças filhas de pais estrangeiros não serem consideradas italianas.

Em entrevista publicada nesta quarta nos jornais La Repubblica e L'Avvenire, Riccardi explicou que é preciso começar a pensar em uma lei sobre a cidadania e acrescentou que os filhos de imigrantes são parte do futuro da Itália e sem eles o país está destinado ao declive. Como explicou o novo ministro, fundador da Comunidade de São Egídio, "os nascidos na Itália juridicamente estrangeiros são cerca de 500 mil e os menores residentes são quase 1 milhão".

A atual lei sobre a cidadania segue o conceito de "Ius Sanguinis", ou seja, o direito de sangue significa que só as crianças nascidas de pai ou mãe naturais da Itália podem ser consideradas cidadãs do país. Quando completam 18 anos podem pedir a cidadania, mas precisam demonstrar que viveram sempre na Itália desde o nascimento.

Diante de tantas medidas de arrocho, a possibilidade de mudar dita lei poderia ser a primeira iniciativa social aprovada pelo novo governo presidido por Mario Monti, que substituiu o de Silvio Berlusconi. Esta possibilidade foi apoiada pelo chamado Terzo Polo, que inclui os partidos de centro e democratas-cristãos, o Partida Democrata e a Itália de Valores (IDV).

O partido de Berlusconi, Povo da Liberdade (PDL), anunciou que é contrário à aprovação no Parlamento e criticou a possibilidade, ao considerar que o governo de Monti foi designado somente para tratar de temas econômicos, com o objetivo de Tentar tirar o país da crise. Ainda mais dura foi a Liga Norte, que ameaçou com manifestações caso a emenda à Constituição seja aprovada. Eles consideram que se trata de um "cavalo de tróia", cujo passo seguinte é dar voto aos imigrantes.

Com Efe