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Iemenita promete que vai transferir o poder

O presidente do Iêmen, Ali Abdulá Salé viajou nesta quarta-feira para a Arábia Saudita para formalizar a transferência de poderes no Iêmen, depois de quase 10 meses de protestos populares, anunciaram fontes do governo, em meio ao ceticismo da oposição.

A televisão pública iemenita informou que Salé já está em Riad, a capital do reino wahabita, onde deverá assinar uma iniciativa apresentada pelo Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) Pérsico, e que conta com o aval dos Estados Unidos e da União Europeia.

Os meios oficiais, no entanto, não confirmaram quando será a cerimônia de assinatura do plano do CCG, à qual estarão presentes representantes das seis monarquias árabes do Golfo Pérsico, bem como enviados estadunidenses, europeus e da ONU.

Apesar da viagem do chefe de Estado a Riad, círculos da oposição – tanto partidos políticos aglutinados na coalizão Encontro Comum como ativistas que se manifestam desde 27 de janeiro nas ruas – expressaram suas reservas com respeito à decisão final de Salé.

O presidente expressou em ao menos quatro ocasiões anteriores sua disposição a subscrever o acordo que lhe obriga a transferir o poder a seu vice, Abdo Rabbo Mansour Hadi, mas nos últimos momentos recusou-se a assinar o acordo, alegando diversas razões.

A iniciativa do CCG contempla um prazo de 30 dias para a passagem de comando de Salé a Hadi, a concessão de imunidade judicial ao governante, algo recusado por seus adversários nas ruas porque querem que Salé seja processado pelo assassinato de centenas de ativistas.

Segundo explicou na terça-feira em Sanaá, capital do Iêmen, o enviado especial da ONU para o país, Jamal Bin Omar, com o acordo, Salé manteria o título de presidente após ceder seus poderes, o que a oposição mostrou relutância, porque isso contradiz suas exigências.

Assim que receber o poder, Hadi teria que formar um governo de unidade com a oposição e preparar o terreno para eleições gerais dentro de três meses.

Na terça-feira, Bin Omar assegurou que "temos um acordo. Estamos trabalhando na assinatura", em alusão a que continuava negociando com o partido Congresso Geral Popular, situacionista, e a oposição detalhes do pacto ao qual Salé tem proposto várias emendas.

Com informações da Prensa Latina