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Serra admite que PSDB não tem nome para 2012, tucanos insistem

O ex-governador de São Paulo e candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2010, José Serra, apresentou à direção do PSDB o diagnóstico de que os tucanos não têm candidato viável para disputar a Prefeitura da capital nas eleições do próximo ano. Para Serra, a saída seria apoiar o vice-governador Guilherme Afif, filiado ao PSD.

Em janeiro de 2012, o PSDB deverá realizar prévias para escolher seu candidato a prefeito. Mas o impasse que tem dividido a opinião dos caciques tucanos e gerado novas polêmicas internas é falta de nomes conhecidos pelo eleitorado da capital.

Os quatro pré-candidatos que, até o momento, tiveram seus nomes citados entre as opções do partido para as eleições têm pouca representatividade entre o eleitorado da capital – o que tem gerado dúvidas e discórdias sobre a estratégia dos tucanos para 2012.

A investida de Serra contra a realização das prévias levou a cúpula do PSDB a reagir nesta terça (22) com a publicação de uma nota em que o partido se declara disposto "de maneira inconteste" a disputar as eleições com candidato próprio.

O desgaste da relação de Serra com a cúpula do tucanato não é novidade. Os constantes desentendimentos entre o ex-governador e outras lideranças do partido como o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de SP Geraldo Alckmin são uma mostra da divisão do tucanos e da luta interna por poder.

Discussão

Um dos mais recentes episódios envolvendo Serra aconteceu no último fim de semana, quando o ex-governador discutiu por telefone com o presidente do diretório estadual, Pedro Tobias. Segundo a Folha de S. Paulo, Tobias teria se queixado a três pessoas de sua confiança da atitude de Serra.

O bate-boca teria ocorrido depois que o presidente do diretório estadual disse a Serra que sua avaliação sobre a falta de competitividade dos candidatos tucanos era uma "bobagem completa" e que o partido não poderia abrir mão da candidatura própria em 2012.

Serra afirmou a Tobias que não se envolverá na campanha se o partido insistir em lançar candidato próprio e vetar a aliança com o PSD, o partido criado neste ano pelo prefeito Gilberto Kassab.

Derrotado nas eleições presidenciais de 2010, Serra tem recebido apelos para se candidatar a prefeito, por ser o tucano mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto. Mas ele nega ter interesse em participar da disputa.

A reação do PSDB de São Paulo teve apoio do presidente nacional da legenda, deputado Sérgio Guerra (PE). O governador Geraldo Alckmin foi informado do teor da nota e deu aval à sua divulgação.

Mesmo tucanos próximos a Serra, como o secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, um dos quatro pré-candidatos do partido, discordam da tese de que o PSDB deveria abrir mão da candidatura e apoiar o PSD.

Mais desentendimentos

A discussão com Tobias não foi o único atrito em que Serra se envolveu nos últimos dias. No sábado (19), como informou ontem o Painel da Folha, ele questionou o presidente da Juventude do PSDB paulista, Paulo Mathias, 20, sobre a omissão de seu nome numa publicação do movimento.

Segundo relatos de pessoas presentes, Serra disse ao estudante que a Juventude Tucana era "um bando de pelegos" e que ele não deveria "se intrometer em questões nacionais e municipais".

Informações da Folha de S. Paulo